Cinema movido a energia solar economiza mais de 220 mil watts

Cinesolar durante sessão realizada em Ibitinga, SP
Cinesolar durante sessão realizada em Ibitinga, SP

A escadaria da Igreja Matriz da cidade de Ibitinga, no interior de SãoPaulo, aos poucos é tomada por um grande público. Ali, crianças, adolescentes e adultos se acomodam para uma sessão atípica de cinema. Uma van estacionada no centro anuncia mais uma exibição do itinerante Cinesolar. Da mesma forma que Ibitinga, várias cidades do Brasil já foram palco para o projeto que tem aproximado pessoas não só do cinema, como também do conceito de energia renovavél. Uma combinação pioneira encabeçada pela Brazucah Produções.

Já economizamos o equilavente a dois meses de uma geladeira ligada, conta a diretora da Brazucah, idealizadora e coordenadora do Cinesolar, Cynthia Alario. O projeto nasceu de um encontro de cinemas itinerantes no México, ainda em 2010. Foi nesta época que Alario deu início a parcerias para desenvolver o protótipo no País. A versão brasileira ganhou o apoio inicial da Fundação Holandesa Doen, promotora de sustentabilidade, cultura e inovação social em vários países. Atualmente recebe o apoio da Associação Cultural Simbora e a Semearte Productil.

Para Alario, o Cinesolar acaba atuando como uma janela do cinema nacional e uma forma de inspirar e informar o público sobre energias limpas e renováveis. “O tema ainda está muito no imaginário das pessoas e elas ficam curiosas quando estacionamos. A maioria já ouviu falar de energia solar, mar não viram de perto. A ideia é ser uma experiencia sustentável colocada em prática”, define.

O furgão é equipado com placas solares responsáveis por transformar a energia solar em elétrica. Fora isso, o Cinesolar amplia o conceito de autossustentabilidade ao oferecer toda a estrutura necessária para uma sessão, com cadeiras e banquetas, sistema de som, projeção e telão, ao mesmo tempo que promove oficinas e discussões ao redor de temas sobre sustentabilidade. “O cinema é nosso carro-chefe, mas também promovemos a arte de uma forma mais ampla”. Na estação Cinesolar, há espaço até para uma cabine de DJ.

O cinema móvel se alinha com a mesma vocação da Brazucah, a de fomentar e formar um público para o cinema brasileiro. Assim, todos os longas-metragens exibidos falam português, entre os títulos passados “Colegas”, “O Palhaço” e “Saneamento básico”, além de curtas-metragens ligados a sustentabilidade.

Desde o início das atividades, o projeto já atingiu um público superior a 13 mil pessoas e conseguiu uma economia de energia elétrica maior que 220 mil watts, o equivalente a quase 400 horas de uma geladeira ligada sem interrupções. “Nosso objetivo é, além de democratizar o acesso à produção audiovisual nacional, trabalhar com ações sustentáveis que multipliquem a conscientização ambiental e mostrem a força que a energia solar tem por aqui“, define Cynthia. A expectativa é terminar o ano de 2014 com um roteiro que inclui mais 50 municípios brasileiros, do sul ao centro-oeste.


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