O Clube Militar, organização do exército brasileiro de militares da reserva, divulgou na terça-feira (8) uma carta em que anuncia seu apoio ao candidato Aécio Neves (PSDB) no segundo turno das eleições para evitar o “aprofundamento do socialismo”. A nota, que não é assinada, também associa o PT com comunismo soviético e insinua que a continudade do governo petista pode significar o fim da democracia.
O texto é parecido com uma corrente – também não assinada – que foi compartilhada na internet nesta semana pedindo uma intervenção militar no Brasil. Neste, o autor diz que a “burrice de Lula e do PT afetou a justiça brasileira”.
Aécio Neves não comentou o apoio do Clube Militar, que já havia declarado apoio ao tucano no primeiro turno. A organização – direitista e conservadora – defende o retorno dos militares ao governo do Brasil.
Em uns dos trechos, o documento da organização também acusa o PT de afastar o Brasil dos centros mundiais de decisões e diz que Lula interfere no governo da atual presidente, Dilma Rousseff. “Tendendo a um imobilismo político execrável, há os que desejam a permanência do estado de coisas atual. Neste, existe o atrelamento à origem comunista; à subordinação dos interesses nacionais a um terceiro-mundismo mofado e que leva ao isolamento em relação aos maiores centros de poder do mundo; à teimosia obsessiva, arrogância e vaidosa visão messiânica de suas pessoas”, diz trecho do documento. “perdura o risco das “comissões” previstas no Dec. 8243, que cria sovietes no Brasil, e pretendem “aprofundar o socialismo”, um eufemismo para a intensificação dos ataques à democracia e à liberdade. Dilma controla com mão de ferro a falta de política econômica consistente; não consegue disfarçar a revolta por, ainda, depender de seu guru e criador, que interfere acintosamente em sua administração, sendo notório que sua autoestima ficou abalada por ter que disputar um segundo turno, quando contava, inicialmente, vencer no primeiro”, afirma outro.
Por fim, a carta defende que apenas Aécio poderá evitar a “sovietização” do Brasil. “Habilitado à disputa do segundo turno das eleições presidenciais, é uma esperança concreta de colocar fim à era petista. Sua resistência e recuperação, quando tudo parecia perdido, dão-lhe as credenciais necessárias para interromper o projeto de poder representado pelo PT, em marcha acelerada para a sovietização do país, virando uma página negra de nossa história”.
Em abril deste ano, Aécio Neves chamou a ditadura militar brasileira (1964-1985) de “revolução de 64” durante o 57º Congresso Estadual de Municípios de São Paulo, na cidade de Santos, litoral do Estado. Na ocasião, ele criticava a concentração de poder do governo federal e associava o atual período do PT no poder com outras épocas da história do País. “Veio a revolução de 64, um período de grande concentração de poder nas mãos da União…”, disse. Informado por assessores e questionado após sua fala, Aécio tentou se desculpar. “Ditatura, revolução, como quiserem chamar. É um regime autoritário que lutamos muito para que fosse vencido”, disse.
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