Neste mês de maio se comemoram os 40 anos das manifestações de 1968, em Paris. Um ano em que a resistência à ordem constituída ficou marcada, literalmente, a ferro e fogo. Ou seja: a porrete, pedradas, bombas de gás e coquetéis molotov. Também foi o ano do AI-5, aqui no Brasil, e das mortes de Bobby Kennedy e Martin Luther King, assassinados nos Estados Unidos.
Vieram de Paris as palavras de ordem que atravessaram os tempos, como “é proibido proibir”. Nos muros das faculdades parisienses também se liam: “sou marxista da tendência Groucho”, “abaixo o realismo socialista, viva o surrealismo”, “estamos tranqüilos, dois mais dois ainda são quatro”, e muitas outras, com mais ou menos humor. Mas, principalmente, aquele foi um momento em que se tornou claro o conflito de gerações. E aquilo se espalhou e permaneceu por um bom tempo.
Alguns anos depois, aqui no Brasil, os irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle lançaram a música “Com mais de 30”, uma seqüência natural e espécie de síntese daqueles tempos de desconfiança entre os mais jovens e os mais velhos. “Não confio em ninguém com mais de 30 anos” era o mote da música de muito sucesso.
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Para a reportagem sobre maio de 68, que começa na página 68 desta edição, escalamos uma repórter com menos de 30. Bem menos, diga-se. Helena Wolfenson, que mergulhou na história em busca dos fatos e foi atrás de personagens que os tivessem vivido, nasceu no dia 22 de junho de 1987. Ela é a moça da direita aqui na foto e é uma das duas estagiárias de nossa redação. A outra é Luiza Sigulem, a moça da esquerda e autora da belíssima foto desta página. Luiza, que nasceu no dia 24 de dezembro de 1985, também tem bem menos de 30 anos. As duas, que foram fotografadas por quem tem bem mais de 30, são muito competentes e têm um belo caminho pela frente. Hoje, passados aqueles tempos de gerações em conflito, podemos dizer que, pelo menos aqui na Brasileiros, nós confiamos bastante em quem tem menos de 30 anos.
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