Como usar a poderosa ferramenta chamada publicidade?

Fim do MaxiMídia 2010. Após três dias e 16 mesas de debates, é consenso geral de que a hora do Brasil é essa, e nossa publicidade tem de aproveitar o momento. [nggallery id=14165] Jaime Troiano, do Grupo Troiano de Branding, foi chamado para palestrar pontualmente às 11h. Em sua apresentação, Troiano revelou uma realidade pouco conhecida pela maioria: no mundo globalizado, as marcas regionais ainda têm muito espaço. O seminário “Longe dos olhos (nossos), perto do coração (deles): o carisma das marcas regionais” provou que isso é verdade.O empresário acredita que o fato se dá pelo balanceamento do high tech com o high touch. “A tecnologia é boa e realmente veio para ajudar, mas ainda temos de dar valor ao contato pessoal com o cliente”, revelou. Troiano acrescentou que, se pensarmos em todos como números, acabamos nos esquecendo de que cada um é diferente e perde-se a noção de quem está do outro lado.LEIA TAMBÉM:
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O que é marca afinal?Na região Centro-Oeste do Brasil, por exemplo, as marcas locais representam 72% do faturamento do mercado, um número realmente significativo. Em Minas Gerais, Espírito Santo e no interior do Rio de Janeiro, esse número é de 63%. Ao final, provando que existe espaço para peixes de todos os tamanhos, apesar de nadarem com alguns tubarões, Troiano pediu: “Abaixo o etnocentrismo!”.Em seguida, o americano Laurence Boschetto, da Draftfcb, falou sobre a velocidade do mundo atual, conectado, no qual você conquista ou perde um cliente em apenas 6,5 segundos. Aliás, era justamente esse o nome do seminário: “Você tem 6,5 segundos para captar a atenção do seu consumidor. Pronto, acabou”.Segundo o estudo do americano, essa é a média de tempo que o consumidor em potencial gasta para avaliar um anúncio em todas as diferentes formas de mídia. Nessa nova e veloz configuração, o mundo virtual vem como uma poderosa arma, tanto para criar quanto para destruir ícones e marcas. Ele exemplificou isso citando o nome de Lady Gaga, que, segundo Boschetto, foi a última grande marca criada no meio virtual. Mas faz ressalvas. “Com a mesma velocidade que ela apareceu, o mesmo veículo que a promoveu será responsável por seu desaparecimento”, previu.Após a habitual pausa para o almoço, foi a vez de uma das palestras mais construtivas em termos de debate. “High Tech & High Green” juntou Fred Gelli, da Tátil, agência envolvida com algumas campanhas sustentáveis e Fábio Gandour, da IBM, segundo o próprio, um pessimista. Pyr Marcondes, do Grupo M&M, foi o mediador.Antes de começar, Gandour já foi logo avisando: “Talvez a organização deva oferecer um Prozac para cada, meu discurso promete ser um pouco depressivo”, brincou. Ele foi o primeiro a ter a palavra e, de cara, disse não acreditar nem um pouco no “modismo green“. “Minha consciência ecologicamente correta existe faz muito tempo, bem antes de isso virar moda. Por isso, sei o quanto é difícil”.Para ele, a proposta das propagandas sustentáveis são paradoxalmente impossíveis, já que estimula o consumo, enquanto que, para ajudarmos nosso planeta, esse número teria de diminuir drasticamente. “Quer realmente ajudar o planeta: é fácil parar de usar couro? É fácil parar de comer carne? É fácil ir a pé ou de bicicleta ao trabalho?”, perguntou ele, dizendo que essas são atitudes legítimas para uma pessoa que tem consciência ecológica e sustentável.Antes de passar o microfone, Gandour provocou seu colega de palestra ao falar para Fred Gelli que se ele não fizesse sua apresentação, pouparia bits que significam milhares de elétrons. Gelli concordou com muitas das coisas afirmadas por Gandour, mas disse que muitas marcas estão realmente empenhadas na questão, e não apenas usando a “moda Green”, como definiu Gandour, a seu favor. “As marcas farsantes têm teto de vidro e, eventualmente, irão cair por terra”.Depois de falar pouco, Gelli apresentou alguns cases de sucesso de marcas engajadas na questão.Sem ter tempo nem para descansar por alguns minutos, Pyr Marcondes passou de mediador à palestrante e, em poucos minutos, falou sobre a Plataforma ProXXIma, lançada pelo Grupo M&M no ano passado.A plataforma cumpriu totalmente com objetivo de juntar os conceitos de marketing e comunicação de maneira integrada e em diversas formas de mídia. Segundo Marcondes, o produto hoje ainda é único no segmento.Para terminar o MaxiMídia 2010 com chave de ouro, Jim Andrews, da IEG, veio dos EUA para provar que, atualmente, o patrocínio é uma das formas mais eficazes de marketing. A palestra de nome “Maximizando o impacto do patrocínio nos negócios” ainda contou com Fernando Bomfiglio, da Souza Cruz, e com Paulo Koelle, representando a Procter & Gamble, além de Sérgio Ajzenberg, da Divina Comédia, como moderador.Antes de começar sua fala, o americano fez uma crítica a seu país em forma de elogio para o Brasil. “É difícil para eu vir para um país tão promissor e cheio de oportunidades. Eu já morei em um país como esse”, brincou. Por meio de gráficos, Andrews mostrou que, nos últimos três anos, o patrocínio cresceu muito mais do que qualquer outra forma de marketing, ou, durante a crise, foi um dos que menos caíram.Hoje, com um mercado muito mais segmentado, o empresário disse que, após o boom da Olimpíada de Los Angeles, em 1984, o esporte passou a ocupar cerca de 90% dos patrocínios empresarias nos EUA. Agora, porém, esse número já é muito mais distribuído. Para o sucesso no segmento, não basta só o dinheiro investido. “A grande pergunta que um patrocinador precisa se fazer é: sentiriam minha falta caso eu não participasse esse evento?”, enfatizou ele.Após sua fala, os debatedores e o público interagiram sobre estratégias eficazes e ineficazes de patrocínio, e o que fazer quando o patrocinador se encontra em uma posição delicada em decorrência de sua ligação com determinada marca ou indivíduo. Logo, surgiu o exemplo do golfista Tiger Woods que, recentemente, se viu envolvido em um comentadíssimo escândalo sexual. “Acho que esse é o momento do patrocinador mostrar seu lado humano, e apoiar em todas as questões possíveis”, opinou Andrews.Após mais algumas perguntas, o americano se despediu do público e agradeceu a oportunidade de participar do evento.Fim do MaxiMídia 2010. Após muito se debater, ficou provado que o marketing está se tornando uma ferramenta cada vez mais poderosa em nosso mundo globalizado. Resta saber se os profissionais da área saberão fazer o uso correto dessa arma.

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