Congresso: povo bravo perde a paciência

Como faço todos os domingos, no balanço da semana, publico abaixo o levantamento das matérias mais comentadas no Balaio, na Folha e na Veja:

Balaio

Congresso: 498

Lei Antifumo: 133

Profissão: jornalista: 86

Folha

Congresso: 95

Artigo de Ferreria Gullar: 84

Educação: 43

Veja

Vestibular: 35

J.R.Guzzo: 17

Cigarro: 16

No Balaio, os posts sobre o deboche e a farra do Congresso Nacional, consumada ao legalizar todas as acintosas práticas de mau uso do nosso dinheiro reveladas esta semana, provocaram comentários cada vez mais irados dos leitores/eleitores, que estão perdendo a paciência. Seria bom que deputados e senadores pedissem a algum dos seus milhares de assessores para darem uma olhada no Balaio _ não necessariamente no que escrevo, comentários bastante singelos diante da situação, mas no sentimento de revolta crescente dos seus eleitores.

Cresce o número daqueles que pregam o voto nulo ou voto facultativo, defendem o boicote às eleições, querem sair às ruas e até pegar em armas, fuzilar, queimar e degolar parlamentares.

Os comentários foram publicos nos posts sobre a proposta de plebiscito do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) para o povo decidir se quer ou não o fechamento do Congresso, publicado na terça-feira, e a farra das viagens de parentes e amigos de parlamentares ao exterior, por nossa conta, na quinta.

Cristovam mexeu numa ferida aberta. Um assunto acabou cruzando com o outro, na medida em que grande parte dos leitores defende, desde a semana passada, o fechamento do atual Congresso e a convocação de novas eleições, o que não quer dizer que queiram a volta da ditadura, embora alguns mais furiosos até sintam saudade dela.

É assustador o grau de indignação dos leitores que me escrevem de todas as partes do país. Ressalte-se que no Balaio não se trata de sala de bate papo entre tietes, mas de comentários bem fundamentados com argumentos, lidos e moderados um a um, publicados desde que não contenham ofensas e abobrinhas e contribuam para o debate de idéias e não de egos ou preconceitos.

Selecionei trechos de algumas destas manifestações que dão uma pequena amostra do que estou falando, como os leitores poderão ver abaixo.

B. Assis (15:34): “Ou mudamos no voto ou mudamos no cacete. Eu ainda estou preparado para pegar em armas, mesmo com 61 anos”.

Rita (16:29): “Até quando? Está na hora de irmos pra rua, derrubar o Congresso”.

José C. Barostti (16:19) ainda mostra alguma esperança: “Mas isso há de acabar um dia”.

Márcio (14:45): “Será que os bons que lá estão, e que são exceções, também perderam a vergonha na cara? Reajam para o bem da democracia.

Maria Dojas (12:37): “Tenho uma sugestão. Fechar as portas do Congresso e meter fogo com todos dentro”.

Lúcio Ricardo (21:55): “Como eu fico? Cara de palhaço, nariz de palhaço, isto é, um palhaço completo. De agora em diante defenderei o voto nulo, pois não confio em nenhum desses políticos que nos representam tão bem. VOTO NULO NELES!!!!!!!!”

Lucas (9:27): “E que seja derramado sal sobre o solo maldito do Congresso Nacional. Brasil acima de tudo!”

Raphael Garcia (4:55): “Eu tenho 23 anos mas já me sinto um velho em termos de esperança”.

N. Zwiebel (1:51): “Será que esta corja lê a Bíblia, tem filhos, tem netos? Será que não tem vergonha na cara? E o governo não tem dinheiro para acertar a aposentadoria? Vão para o inferno!”

Roberto Prado (0:11): Cuidado, senhores, a paciência dos pacatos brasileiros pode acabar-se muito em breve”.

Em tempo: como sei que vou ficar muito nervoso com o jogo do meu São Paulo desta tarde contra o Corinthians, qualquer que seja o resultado, hoje não me arrisco a escrever o comentário de futebol de todos os domingos.

Bom final de domingo para todos os caros leitores do Balaio.


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