Na nota da FEARAB, a entidade diz que a reportagem é sensacionalista e tendenciosa, ajudando a criar preconceito contra os países árabes ao invés de elucidar o problema: “É imperativo enfrentar este problema, que adquire contornos dramáticos em todo o mundo. Mas é nosso dever alertar para o fato de que, dependendo de como a informação é veiculada, ela distorce completamente os fatos, e contribui sobremaneira para criar preconceito, estereótipos e representações sociais negativas de um país inteiro, por exemplo”, diz a nota de repúdio. Leia na íntegra.
Em resposta a uma matéria da Rede Globo, o Consulado libanês divulgou uma carta de repúdio, assinada por Kabalan Frangieh, Cônsul Geral do Líbano em São Paulo, à abordagem da questão de gênero no Oriente Médio, sobretudo no Líbano. Leia a seguir:
“Há anos, as mulheres libanesas atuam no jornalismo, no cinema, no teatro, na literatura, nos esportes, na diplomacia e nos círculos políticos.””Há anos, as mulheres libanesas atuam no jornalismo, no cinema, no teatro, na literatura, nos esportes, na diplomacia e nos círculos políticos.” O Consulado Geral do Líbano em São Paulo repudia veemente a reportagem da Rede Globo apresentada neste domingo dia 29/06/2014 abordando a situação das mulheres no Oriente Médio, em específico no Líbano. A reportagem demonstra desconhecimento da situação da mulher na sociedade libanesa descrevendo-a como uma propriedade do homem sujeita à todo tipo de mau trato e abusos.
A reportagem, além de atribuir a responsabilidade da violência à Religião, coloca os homens libaneses num patamar de ignorância, de crueldade e de impunidade. Aquilo que é exceção e condenável em qualquer sociedade, transformou-se durante a apresentação da reportagem, numa verdade absoluta e generalizada.
Tanto os Sagrados Corão e Evangelho que norteiam a Sociedade Libanesa islâmica e cristã condenam veemente a violência contra a mulher e qualquer atitude de agressão sexual, estupro ou violência doméstica é condenado e punido pelo Código Civil do Líbano, que recebe todo aval das instâncias religiosas que zelam pela família e pelos direitos da mulher. Os casos de violência doméstica existem como em qualquer sociedade ocidental e são plenamente denunciados na mídia e sujeitos à condenação pela Justiça (igual à Lei Maria da Penha no Brasil).
Há séculos, as mulheres são alicerces das famílias libanesas, recebem os mesmos direitos de saúde, educação e direito ao trabalho. Participam das lutas sociais, dos fóruns de debates e compartilham com os homens a nobre responsabilidade da pedagogia.
Há anos, as mulheres libanesas atuam no jornalismo, no cinema, no teatro, na literatura, nos esportes, na diplomacia e nos círculos políticos, porém em momento algum a mulher tornou-se propriedade e objeto de trato do homem ou da sociedade.
Nos preocupa muito a divulgação de tal reportagem sob um formato apelativo, sensacionalista e distante dos preceitos do profissionalismo jornalístico. Lamentamos por fim, que essa reportagem seja uma equivocada análise de fatos e não uma ignorância da realidade da sociedade libanesa.
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