Na última mesa da manhã no Seminários Brasileiros: Inovação – O Brasil na rota do Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Luiz Lara, Presidente da Associação Brasileira de Agências de Publicidade e CEO da Lew Lara, Roberto Muylaert, Presidente da Associação Nacional de Editores de Revista e Julio Zaguini, Diretor do Google América latina, bateram papo descontraído sobre o passado, o presente e o futuro das mídias, na mesa A inovação na mídia – como aproveitar novas plataformas na era digital.
Luiz Lara foi quem abriu e, de cara, foi apresentando a maneira como ele vê o mundo que vivemos hoje. “Esse século é o da era do conhecimento, da inovação. Hoje, qualquer um recebe, produz e interage com tudo e todos”, comentou, antes de afirmar que, com as marcas presentes no dia a dia de cada um, fica cada vez mais valioso a força e representatividade de um nome atrelado a valores consistentes. “Hoje, muitas marcas valem mais que o ativo físico da empresa.”.
Para exemplificar a forma com que vê a propaganda no mundo atual, Lara mostrou o mais recente sucesso da propaganda nacional, a campanha da Nissan, que eternizou os pôneis malditos e teve mais de 15 milhões de visualizações no Youtube. “A campanha apareceu na TV e no Youtube criamos uma forma de interagir com o público, pedindo para que eles compartilhassem com seus contatos no Facebook, caso contrario, a pessoa sofreria a maldição do pônei maldito e nunca mais esqueceria a música do anúncio. Foi um sucesso!”. Falando mais especificamente sobre o Facebook, o Presidente da Abap afirmou que campanhas na rede social não são mais diferenciais, elas são quase que obrigatórias. “Acabou o ON e o OFF, quem não está no Big Brothrt, está no Facebook”, encerrou ele.
Em seguida, Roberto Muylaert, Presidente da Aner, falou brevemente sobre sua vivência no mercado de revistas e, principalmente, sobre a interminável previsão apocalíptica de que o impresso irá morrer. “Não podemos ser muito enfáticos em relação a mídias, elas se transformam muito e rapidamente. Porém, sempre haverá espaço para todas”, afirmou, lembrando também da estima que todos têm por revistas, sendo até, muitas vezes, objeto de colecionador. “É a mídia mais querida”. Muylaert também comentou sobre a nova febre de tablets, para ele, uma arma poderosa para ser usada a favor das revistas, principalmente no aumento do share de publicidade que elas recebem hoje em dia, de apenas 7%.
Antes do merecido almoço, Julio Zaguini, Diretor de Relacionamento do Google America Latina apresentou alguns dados que provam e resumem a fala principal da mesa: as mídias estão cada vez mais rápidas, dinâmicas e acessíveis. “O primeiro iPod demorou 1 ano para alcançar a marca de 1 milhão de modelos vendidos, o iPhone, demorou pouco mais de 2 meses, o iPad levou 28 dias, já o último modelo do iPhone, apenas 3 dias”, revelou.
Zaguini também falou do poder de complementação que as mídias, se bem convergidas, pode possuir e, para isso, parabenizou Luiz Lara e também comentou brevemente sobre o fenômeno dos pôneis malditos da Nissan. Para terminar a construtiva manhã de debates, ele apresentou outro exemplo de mudança de paradigmas sobre a produção de conteúdos, agora, totalmente horizontal. “Quem lembra dos palitos de chocolate da Nestlé, o Deditos? Quando eles pararam de produzi-lo, foi criada uma comunidade no Orkut que em pouco tempo contava com milhares de membros. A Nstlé percebeu e voltou com os Deditos. Eles não gastaram nada com pesquisa, propaganda ou qualquer coisa do tipo, só ficaram atentos ao que estava rolando nas redes”, terminou, antes de falar que essa será cada vez mais a tendência.
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