Cresce o número de festivais de cinema no Brasil

Em Los Angeles, o cinema nacional mais uma vez passou despercebido. O longa Lula, filho do Brasil está fora da disputa de melhor filme estrangeiro do Oscar 2011. Restou apenas uma indicação, na categoria documentário, com o filme Lixo Extraordinário, de Lucy Walker, Karen Harley e João Jardim, sobre catadores de um lixão carioca.
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Por aqui, o cinema brasileiro segue em alta, concentrado nesse momento na 14ª Mostra de Tiradentes, cidade histórica de Minas Gerais. “Festivais de cinema no Brasil crescem quase 20% ao ano”, afirmou Francisco César Filho, presidente do Fórum dos Festivais, durante o Seminário do Cinema Brasileiro, da Mostra Tiradentes.

Integrante do Conselho Consultivo da Secretaria do Audiovisual do MinC, a entidade – que celebra dez anos de existência – reúne realizadores dos principais eventos audiovisuais brasileiros, no País ou no exterior.

De acordo com levantamento do fórum, divulgado durante o encontro em Tiradentes, existem atualmente cerca de 240 festivais permanentes no Brasil, circuito que mobiliza um público que já beira os três milhões de espectadores.

“Com o crescimento dos festivais, ações do fórum se diversificam”, acrescentou César Filho. “Nossa atuação passou a incluir interlocução com o poder público”.

Ele apontou dois principais focos de ações da entidade no campo político: a ausência de espaço para o cinema de arte na elaboração do Fundo Setorial Audiovisual e o processo de esvaziamento das atribuições da Secretaria do Audiovisual.

Nova geração
Nesta segunda-feira (24), teve início a parte mais esperada de Tiradentes, a Mostra Aurora que apresenta a mais nova geração de cineastas brasileiros com uma seleção de jovens diretores e seus primeiros filmes.

O filme de estreia trata de um tema bem atual e ganhou a atenção do público. O documentário Enchente, de Julio Pecly e Paulo Silva, inevitavelmente remete à recente tragédia na Região Serrana do Rio de Janeiro. Entretanto, se trata de outro drama, a enchente de 1996, também no Rio, que matou quase uma centena de pessoas na Cidade de Deus.

Homenagem
Na seção Cine-Homenagem, mais uma exibição celebrou a obra do diretor Paulo César Saraceni, o longa Porto das Caixas, de 1962, primeiro filme do diretor, obra fundamental do Cinema Novo.

Segundo o curador e crítico, Cleber Eduardo, a ideia é dar um panorama da obra de Saraceni, mostrando seu passado e seu presente. O Gerente, seu mais recente trabalho, abriu a 14ª Mostra Tiradentes. “Mostramos de onde ele partiu e onde ele está hoje”.


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