As autoridades da Crimeia libertaram hoje (20) o comandante da Marinha da Ucrânia, o contra-almirante Serguei Gaiduk, detido nessa quarta-feira durante a ocupação de uma base naval em Sebastopol, disse o presidente ucraniano em exercício.
“O contra-almirante Serguei Gaiduk foi libertado esta noite com todos os outros civis feitos reféns (…) pelos soldados russos e as autoproclamadas autoridades da Crimeia”, informou o presidente interino Oleksandr Turchinov, em comunicado divulgado pela agência de notícias Interfax.
Gaiduk foi libertado, com outras sete pessoas, perto de um posto de controle na localidade de Chongar, próxima da Ucrânia continental, indicou a agência de notícias da Crimeia Criminfor, que cita como fonte o deputado do Parlamento ucraniano Andrei Senchenko. A libertação do contra-almirante ocorre depois de o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, ter intercedido aos dirigentes da Crimeia.
O comandante da Marinha foi detido na quarta-feira após a tomada do quartel-general da Armada ucraniana por uma multidão que hasteou a bandeira da Rússia na base naval.
“Crimeia sempre será da Ucrânia”, declara Parlamento
O Parlamento ucraniano aprovou também hoje uma resolução na qual declara que a Crimeia continua sendo parte da Ucrânia e que o país deve lutar até o fim pela região. “Em nome do povo ucraniano, a Rada [Parlamento] declara que a Crimeia foi, é e será parte da Ucrânia. O povo ucraniano nunca e em qualquer circunstância cessará a luta para libertar a Crimeia dos ocupantes, por mais dura e prolongada que esta seja”.
Proposta pelo presidente Oleksander Turchynov, a resolução foi aprovada com votos favoráveis de 274 deputados, entre os 303 que estavam presentes no plenário do Parlamento. Os parlamentares também apelaram para que todos os membros da comunidade internacional não reconheçam a anexação da Crimeia à Rússia, votada no último domingo (16) em referendo considerado ilegal pelos Estados Unidos, pela União Europeia e pelo Japão.
A declaração aprovada denuncia ainda que a Crimeia foi invadida pela Rússia, numa violação flagrante não apenas de um país soberano – que é a Ucrânia, mas também das normas do direito internacional, representada, entre outros gestos, pela assinatura, na terça-feira (18), do tratado de anexação ao território russo.
Após ataques de milícias pró-Rússia, que culminaram com a morte de um oficial ucraniano, a Ucrânia anunciou ontem (19) que elabora medidas para que militares e duas famílias possam deixar a Crimeia. Hoje, a chanceler alemã, Angela Merkel, anunciou que a União Europeia vai ampliar a lista de personalidades russas e ucranianas pró-Rússia com proibição de vistos e congelamento de bens, como parte das sanções aos responsáveis pela crise na região.
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