Crise no cabaré

Foto: Luciano Quintella
IRREVERÊNCIA: Stella Miranda na pele da cantora Jesca Azurita

Quem vai pouco ao teatro não tem a menor idéia do imenso talento de Stella Miranda, atriz que vive a popular síndica do Condomínio Jambalaya, Dona Álvara, no seriado de humor Toma Lá Dá Cá, da TV Globo. Com uma carreira brilhante, Stella transita entre o mais deslavado besteirol e as mais elaboradas produções teatrais, que é o caso de Caidaça – A verdadeira falsa cantora de cabaré. Isso sem falar em sua passagem meteórica pelo mundo da música sertaneja quando fomos acometidos pela invasão da “agromusic” e encarnou, ao lado de Kátia Bronstein, a dupla caipira-chic Xicotinho e Salto Alto.
Nascida em São Paulo e formada em Paris, Stella participou como atriz e diretora de grandes musicais e por seus trabalhos recebeu os mais cobiçados prêmios do teatro brasileiro, como Sharp, Shell e Governador do Estado do Rio de Janeiro. Sua atuação como Carlota Joaquina em Império, de Miguel Falabella, no ano passado, foi avassaladora. Voz e atuação primorosas, fora seu talento nato para o humor de qualidade.

Segundo a própria Stella, Caidaça – A verdadeira falsa cantora de cabaré é um espetáculo inédito e pouco tem a ver com o Caidaça Na Fossa, que protagonizou no final dos anos 1980, com direção assinada por ela e por Flávio Marinho, e que foi apresentado no antigo Ópera Room, em São Paulo.
Apoiado por uma trilha musical nada convencional, que vai de Tom Waits a Amy Winehouse, o texto conta e canta a história de Jesca Azurita, uma cantora de cabaré neo/pós decadente em busca de si mesma. E em um determinado momento do espetáculo a personagem se explica: “Do lado de minha mãe só havia professores e padres. E do lado paterno, alcoólatras e loucos. Procurei fazer uma síntese”. Em Caidaça, que ficará em cartaz no Espaço Sérgio Porto, Rio de Janeiro, até início de outubro, Stella Miranda canta 17 músicas, a maioria de Tom Waits, acompanhada por Luiz Antonio Gomes, Ronaldo Diamante, Élcio Cáfaro e David Ganc. O espetáculo conta ainda com a participação de Carol Machado e Daniel Kristensen. Gringo Cardia assina a direção de arte e a cenografia, e Deborah Colker, a coreografia.


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