Meus caros, essa foi a imagem mais bonita que achei, para ilustrar o tema, que, para mim, vai do curioso ao engraçado, mas eu jamais seria desrespeitoso! É uma tela de Rembrandt, intitulada A Circuncisão de Cristo. Afinal, esse é um fator que realmente divide o mundo masculino em duas partes bem distintas: os circuncisados e os “inteiros”. Em inglês fica mais fácil de dizer: cut ou uncut (cortado ou não cortado). Não preciso entrar em detalhes, contenham-se, todos vocês sabem que se trata do corte do prepúcio do pênis, realizado principalmente por motivos religiosos, ou clínicos, embora a primeira razão tenha iniciado a cultura do cut, que prevalece em muitos países do mundo. Judeus e muçulmanos já a praticam como um ritual religioso, poucos dias após o nascimento do mancebo, e nem é preciso médico, o próprio rabino cuida do assunto, ou o sacerdote muçulmano, cujo nome não sei dizer. Países muçulmanos radicais praticam a tenebrosa circuncisão feminina, que consiste na extração do clitóris, com métodos dignos de açougue, mas não vou falar disso aqui – temos os pênis em pauta (trocadilhos convidativos mas proibidos).
Não sei se existe, de fato, alguma lei escrita, digo legislação laica, não religiosa, tornando obrigatória a circuncisão, todas as que vi são de cunho religioso. Mas, acreditem-me, a cidade de São Francisco, Meca de gays durante muitos anos, cidade de Harvey Milk, vai incluir, nas próximas eleições, a proibição ou não dessa questão. Os cidadão locais vão votar uma eventual proibição da questão. Alegam que a única razão para a operação é a religiosa, e protestam contra essa mistura de razões, clínicas e religiosas. Não é brincadeira não. Talvez, como eu, vocês estejam se perguntando se essa realmente é uma questão que diz respeito a quem quer que não seja a família da criança, e esse é meu entendimento. Tenho medo quando vejo o Estado se intrometendo na vida pessoal dos cidadãos, todos nós, gays, sentimos isso na pele.
Existem longas explanações clínicas, que provam por A+B que, retirando-se o prepúcio, o risco de infecções e de problemas higiênicos cai radicalmente, o que é óbvio. Mas, por outro lado, quando feita a devida higiene, e eu parto do princípio que somos todos limpinhos (nem todos…), os problemas também se resolvem. O que me revolta é o ridículo a que estão se expondo todos os cidadãos daquela linda cidade americana, trazendo a deblateração essa questão, e, pior, o risco de a moda pegar, e aspectos bem menores da vida dos cidadãos também se tornarem de interesse – ou não – do Estado. Você já imaginou Bolsonaro legislando sobre o teu ou o meu pênis? Benza Deus! Espero que os eleitores habilitados tenham algum juízo na cabeça. Abraços do Cavalcanti.
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