A cidade de São Paulo tem mais eventos culturais importantes a cada ano. Como as grandes capitais europeias, a cidade abre diariamente as portas para grandes eventos e quem agradece é o público. Na última semana, a 20ª edição do Curta Kinoforum – Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo foi encerrada com a certeza de que firma-se como um evento de peso na área do cinema. William Hinestrosa, do comitê de organização do festival, falou sobre a importância da realização de um evento como esse na cidade. “É muito bom para São Paulo, que é onde se concentra grande parte de nossa produção de curtas. Nós já fazemos parte do calendário”, lembrou.
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Um dos grandes objetivos e desejos, não apenas do Kinoforum, mas de todo tipo de evento como esse, é principalmente a divulgação dos filmes e do formato curta-metragem. Até por isso, o tema central da 20ª edição foi um assunto bem explicativo e atual: as diversas formas de se fazer cinema e como as novas tecnologias estão sendo incorporadas na produção de um curta. Zita Carvalhosa, a diretora do evento, contou que, no começo, estavam meio receosos quanto a escolha do tema. “No começo, achamos o tema um pouco árido, porém constatamos que o público recebeu e entendeu muito bem a mensagem”, avaliou.
Pelo que se pôde ver durante os oito dias de festival a meta foi alcançada. Estima-se que o público que compareceu para prestigiar os mais de 400 curtas de 55 países foi superior aos 25 mil que acompanharam o evento no ano passado. E não havia preferência por nacionalidade. De maneira muito democrática, os espectadores acompanharam tanto as produções brasileiras quanto as internacionais.
O Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo também não se esqueceu da história. Dentro da programação especial, foram exibidas diversas produções alemãs, em alusão aos 20 anos da queda do muro de Berlim. Na mesma programação, o festival também saudou o ano da França no Brasil. Hinestrosa apontou a grande integração que o evento proporcionou como um dos pontos altos. “O mais legal do encontro foi a interação entre diretores do Brasil e do mundo, cada um com seu estilo próprio”. Zita Carvalhosa também destacou esse intercâmbio, que é algo muito importante para a evolução do setor. “A troca que aconteceu entre todos foi muito boa, tanto organização, quanto diretores, curadores e público”.
Outro fato interessante, pouco visto anos atrás, foi a participação de atores já consagrados nos curtas. Quem compareceu em algumas das 11 salas espalhadas pela capital, teve a oportunidade de prestigiar produções onde atuavam nomes como Paula Burlamaqui, Ney Latorraca, Deborah Falabella e Mel Lisboa, entre outros.
Apesar do caráter não competitivo, ao fim de cada dia o festival abria espaço para o público votar em seus curtas preferidos, tanto brasileiros quanto estrangeiros. Além disso, alguns parceiros do evento também ofereceram prêmios para os maiores destaques da 20ª edição. Entre os que mais agradaram ficaram Pescaria de Merda, vencedor do Prêmio Revelação, e No Tempo de Miltinho, que além de ter ficado entre as 10 escolhas do público, faturou também um prêmio aquisição no valor de R$ 10 mil oferecido pelo Canal Brasil.
Entre os curtas internacionais, destaque para o argentino Dissabor, que figurou na lista dos 10 mais votados do público, e para o mexicano Roma, que recebeu um troféu oferecido pela ABD-SP pelo seu destaque na mostra latino-americana. Carvalhosa ressaltou a atitude dos parceiros como uma bela maneira de incentivo. “O caráter competitivo realmente não existe. Quem ganha, lógico que fica feliz, pois os prêmios são muito bons, mas quem não ganha fica feliz de qualquer maneira, por participar do evento”, relembrou.
Após o sucesso da 20ª edição, há uma projeção de crescimento ainda maior para o setor. Tanto que o site oficial do evento já confirmou a data da 21ª edição, que será realizada entre os dias 19 e 27 de agosto de 2010 novamente em São Paulo.
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