Esta é a 18ª edição do Festival de Curitiba e promete ser bem representativa da produção de artes cênicas desenvolvida entre março de 2008 a março de 2009. O Festival de Curitiba chega à sua maioridade e sofre, desde a sua primeira versão, de falta de políticas públicas bem definidas para o setor. Nestes últimos anos, sem contar a versão que está para acontecer entre 17 e 29 de março, o evento recebeu quase um milhão e meio de espectadores e apresentou mais de 1.800 espetáculos.
Leandro Knopfholz, um dos fundadores do evento e que há dois anos retomou a direção geral do festival, tinha apenas 18 anos quando se conscientizou que Curitiba oferecia poucas temporadas teatrais e convenceu os amigos, Carlos Eduardo Bittencourt, Cássio Chamecki e Victor Aronis a realizar um festival de teatro. O sucesso foi retumbante e até hoje é considerado o mais importante festival de artes cênicas do País.
Apesar da constância e regularidade do evento, a aprovação junto às leis de incentivo, os apoios governamentais e os patrocínios se definem ano a ano, o que torna o trabalho de seleção sempre mais cansativo e a contratação das produções carregada de inseguranças. Este ano o Festival de Curitiba é apresentado pelo Banco Itaú e tem como demais patrocinadores a Volkswagen, Heineken, Denso e prefeitura de Curitiba.
A falta de suporte financeiro regular interfere na manutenção de uma sonhada equipe fixa preparada para lidar com as questões de produção e logística – que acaba sendo renovada a cada versão – bem como de uma curadoria voltada em tempo integral à seleção de projetos, pelo Brasil afora, com a tranquilidade financeira necessária para pinçar o melhor de cada região, assim como propor coproduções, como acontece nos festivais pelo mundo.
Problemas operacionais à parte, desde sua primeira versão, todos os anos o Festival de Curitiba apresenta, ou pelo menos tenta, um belo recorte do que as artes cênicas nacionais desenvolveram e tem papel fundamental na formação de platéia para a área.
A edição deste ano terá mais de 20 espetáculos na Mostra Oficial, entre eles, cinco estreias – todos com curadoria de Lucia Camargo, Tania Brandão e Celso Curi – e 290 no Fringe – uma mostra sem curadoria, que tem como objetivo ser um espaço aberto e democrático, criado para refletir a riqueza e dar visibilidade ao que é produzido no País. Ao todo, serão disponibilizados aproximadamente 230 mil ingressos contando todos os eventos que o Festival promove.
ESTRÉIAS EM CURITIBA | |
Estréias em Curitiba Por um fio – SP Teatro da Reitoria, dias 23 e 24, às 21h Com Regina Braga e Rodolfo Vaz, dirigido por Moacir Chaves, Por Um Fio é baseado em 11 histórias extraídas do livro homônimo de Drauzio Varella que conta histórias de pessoas surpreendidas pela notícia de que suas vidas podem chegar ao fim. Por Um Fio fará temporada em São Paulo, a partir do dia 2 de abril, no Teatro Anchieta. |
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Doido – SP Teatro Positivo Pequeno, dias 24 e 25, às 21h Monólogo de Elias Andreato. Doido fala de amor, de loucura e de arte mostrando ao espectador o que essa viagem apaixonante pode despertar no artista e no cidadão comum. Um homem narra e vive personagens da dramaturgia universal. |
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Borbulho – PR Teatro Guairinha, dias 20 e 21, às 21h Borbulho é um espetáculo de Teatro Dança, com direção de Rosane Chamecki e Andrea Lerner, e aborda a metamorfose de forma poética, da fragilidade da condição humana e do mundo como conhecemos. Sem falas e com temas universais, Borbulho também vai agradar as crianças. |
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Rock’n’roll – RJ Teatro Positivo Grande, dias 28 e 29, às 21h Sucesso de público e crítica em Londres, e na Broadway, tem texto de Tom Stoppard e direção de Felipe Vidal e Tato Consorti. A história se desenrola entre os anos de 1968 e 1990, onde as questões do amor e da morte definem as vidas de três gerações da família de um filósofo marxista. Com Otávio Augusto, Thiago Fragoso, entre outros. |
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Sin sangre – Chile Teatro da Reitoria, dias 27, 28 e 29, às 21h Sin Sangre é o único convidado internacional e funde as linguagens do teatro e do cinema para contar uma emocionante história, escrita por Alessandro Barrico, sobre a reconstrução da memória e o perdão, em que a vingança se encaminha para o amor e a guerra pede paz. Com a Compañía Teatro Cinema e direção de Juan Carlos Zagal. Em São Paulo, haverá apresentações nos dias 3, 4 e 5 de abril no Sesc Vila Mariana. |
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DESTAQUES DA MOSTRA OFICIAL | |
Rainha [(S)] – SP Teatro Paiol, dias 19 e 20, às 21h As atrizes defendem as rainhas Elizabeth I e Mary Stuart, em um jogo cênico dividido em quatro rounds com um desfecho escolhido pelo público. Com Georgette Fadel e Isabel Teixeira, direção Cibele Forjaz, RAINHA [(S)] cumprirá temporada pelo Estado de São Paulo, dentro do projeto do Sesi, também no mês de março. |
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O estrangeiro – RJ Teatro Guairinha, dias 24 e 25, às 21h Monólogo de Guilherme Leme. Adaptação da obra de Albert Camus. Um homem que leva uma vida banal comete sem querer um crime, é preso, julgado e torna-se mais um homem arrastado pela correnteza da vida. Direção Vera Holtz. O Estrangeiro continuará a temporada carioca, no Teatro do Jockey, em março/abril. |
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A mulher que ri – SP Teatro Sesc, dias 24 e 25, às 21h Um homem relembra seu relacionamento com os pais durante sua juventude e como o incrível bom humor de sua mãe, mesmo nos momentos mais difíceis, transformou sua percepção da vida, de si mesmo e do mundo. Direção Yara Novaes para o texto de Paulo Santoro. No elenco: Eloisa Elena, Fernando Alves Pinto e Plinio Soares. |
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