Meus caros, tive uma ótima surpresa ao ler o último livro de Danuza Leão, De Malas Prontas, no qual narra sua passagem pela noite gay de São Paulo. Passagem bem dada, diga-se, pois foi a diversas casas noturnas, da The Week à baixa Augusta, com direito a uma divertida experiência na Blue Space. Não que o livro nos traga surpresas, ou nos sirva de guia, conhecemos nosso universo, e guia todos nós temos pela internet, mas é delicioso ver uma mulher com a classe e a história de Danuza visitando nosso mundo, e dando opiniões. Sua conclusão, de que o mundo gay de São Paulo se parece com Berlim, é para ser festejada.

Danuza é um mito, quando jovem foi lindíssima, irmã da cantora Nara Leão, casou-se com o jornalista Samuel Wainer, um dos patronos do jornalismo brasileiro – não se pode falar do Brasil nas décadas de 1940 a 1970 sem mencioná-lo. Com ele, Danuza correu o mundo, conheceu gente como Mao-Tse-Tung, e todas as cabeças, coroadas ou presidenciais, que estiveram por aqui. Ela acompanhou muito da história do Brasil, e nos conta. A sociedade brasileira conheceu poucas figuras como ela, talvez porque ela não seja afetada, nunca foi metida a besta, sempre tratou a todos de igual para igual. Foi colunista social e cronista, nos jornais O Globo e Folha de São Paulo, e promoter da casa noturna Regine’s, pois não teve escrúpulo nenhum em meter a mão na massa e trabalhar quando o dinheiro ficou curto.

Este traquejo social habilitou-a a escrever o ótimo livro sobre boas maneiras Na Sala Com Danuza, obrigatório para todos, mas, infelizmente, ignorado por muitos. Este é seu segundo livro sobre viagens, o primeiro foi lançado há coisa de um ano, e já era delicioso. Narradas na primeira pessoa, suas experiências mundo afora são divertidas. As Aparências Enganam e Crônicas para Guardar, seus livros com crônicas da Folha de São Paulo, também são bárbaros.

Portanto, queridos, as livrarias têm pelo menos 6 livros de Danuza disponíveis, e eu recomendo todos. É diversão, história, e aprimoramento pessoal (etiqueta…).


Comentários

5 respostas para “Danuza”

  1. Olá queridos,

    É com certa tristeza que eu constato: hoje em dia as mulheres não são mais assim…

    Digo isso por experiência própria. Mamãe é um ser gracioso, mas a filha dela… 😀

    Eu acho que nesse processo de liberdade feminina nós acabamos perdendo esse brilho sutil, essa habilidade em nos tornarmos bonitas (não estou falando de academia), esse trato social que tornava tudo mais agradável.

    Hoje em dia temos a liberdade de sair de cara-lavada e cabelo molhado, o que é bom. Mas a gente abusa. Eu sei que abuso. Mea culpa. 😀

    A Danusa é realmente dessas lendas vivas, essa quimera que mostra que mulheres podem ser sim, e ao mesmo tempo, inteligentes, bonitas, graciosas e competentes.

    Eu quero ser que nem elas quando eu crescer! 😀

    Beijos

  2. Gato, li todos. O melhor, talvez por ser o mais real, é “Quase tudo”, sobre a própria vida dela. A parte que ela conta que perdeu o marido Samuel, o filho Samuca e a irmã Nara num curto espaço de tempo é tocante. A parte mais hilária é ela ter subornado um funcionário da PF para tirar 10 anos da sua data de nascimento no passaporte. Daí ela “perdeu” todos os outros documentos e teve que tirar tudo de novo, 10 anos mais nova. Bjs. Missing you. Como-TE-A-doro

  3. Lourenço,

    Obrigado pelas dicas! Procurarei também!

    Aproveitando, adoro quando a Srta. Dorita faz comentários por aqui! Tenho um imenso prazer em ler os ótimos comentários dela…

    Grande abraço Dorita!

    Gustavo (Gus)
    BH

  4. Avatar de Dorita Grinsburg
    Dorita Grinsburg

    Lourenço Querido,
    Essa menina era linda, conheci os dois, Ela e Samuel, casal vinte lá pelos meus tempos. Samuel foi um jornalista como não existe mais, e, pelo viste, ensinou muito a ela. Dizia-se na época que ela o traiu, e dai veio a separação, mas fofocas são fofocas, deve-se ter cuidado. Os filhos são maravilhosos, Pink, o saudoso Samuca.
    Leio tudo o que ela escreve.
    Abraçõs,
    Dodira

  5. Avatar de João Eduardo de Moura
    João Eduardo de Moura

    Olá, Cavalcanti. Já ouvi falar, e muito, sobre Danuza Leão, embora ainda não tenha procurado ir mais além sobre ela, nem lido seus livros. Gostei da dica dos livros e vou procurá-los. Obrigado e beijos.
    Ah, sempre passo por aqui, afinal, não é sempre que se encontra algo com tamanha qualidade sobre nosso meio.

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