Daqui não saio, daqui ninguém me tira!

Plagiando Dom Pedro I, hoje foi a vez de Ricardo Teixeira proclamar o seu Dia do Fico. Só que Teixeira não proclamou nada, falou baixinho, quase querendo se esconder. Mas não vamos tirar o mérito do homem que comanda a CBF desde 1989. Quando, na semana que precedeu o Carnaval, diversos veículos, inclusive a Brasileiros, noticiaram a inevitável saída eminente do “Poderoso Chefão”, ele simplesmente absorveu os golpes em silêncio, não se pronunciou e deixou a poeira baixar, afinal, a grande festa que tomaria conta do País na semana seguinte certamente lavaria a alma, a mente e a memória de todos, que teriam coisas mais contundentes com que se preocupar, como acompanhar quem estava “pegando” quem nos camarotes das grandes cervejarias ou a confusão na apuração dos votos das escolas de samba no Carnaval paulista. Sábio Ricardo Teixeira.

Na assembleia-geral da CBF que aconteceu no Rio de janeiro, durou dois dias e terminou no fim da tarde dessa quarta-feira, dia 29 de fevereiro, Teixeira nem renunciou e nem pediu licença de seu cargo. Já os os presidentes das federações estaduais, que seriam aqueles capazes exonerar Marcelo Teixeira, apoiaram de forma unânime seu patrono.

Recheado de polêmicas, o mandato de Ricardo Teixeira anda estremecido faz tempo. O último escândalo foi denunciado pelo jornalista Juca Kfouri que, em seu blog, apontou a no mínimo estranha demissão de Marco Antonio Teixeira, ex-secretário geral da CBF e tio do presidente da entidade, que recebeu R$ 3,1 milhões entre gratificações e rescisão. Era prometido para esse dias a divulgação de um dossiê compilando uma série de”falcatruas” no obscuro negócio entre FIFA e a empresa de marketing esportivo ISL, que, segundo fontes, iria complicar ainda mais a vida de Teixeira. Ficou apenas na ameaça.

Agora, Ricardo Teixeira está garantido na presidência da CBF pelo menos até 2015, além também de estar firme e forte a frente do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 (COL). Enquanto isso, a esperança do brasileiro de um futebol mais organizado e transparente, um futebol mais futebol e menos política, não passou de um romance de Carnaval…


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