Charles Darwin e Abraham Lincoln nasceram em 12 de fevereiro de 1809 e ambos, o cientista e o político, mudaram radicalmente a forma como o mundo estava moldado com sua visão humanista e revolucionária. O Sol em Aquário os tornou idealistas e viajantes solitários, livres de espírito, com o desejo e a determinação de quebrar padrões e barreiras sociais de sua época.
No mapa de Darwin, a terceira casa é repleta de planetas (Sol-brilho, Mercúrio-intelecto, Plutão- profundidade e Júpiter-expansão) e os assuntos relativos a ela, tais como pequenas viagens, escritos, interesse em aprender e ensinar, ocupam um papel importante em sua vida. Já para Lincoln esta mesma aspectação está em seu Ascendente (Aquário também) tornando esta associação um projeto de vida.
Mas o que nos interessa aqui é outra semelhança: a indignação contra a escravidão de um ser humano por outro ser humano, outro traço característico dos aquarianos.
Lincoln, como todos sabem, promoveu a unificação dos EUA após a Guerra da Secessão e, em 22 de setembro de 1862, publicou a proclamação que concedia a liberdade aos escravos dos estados confederados e, em 1865, abriu caminho para a abolição da escravatura em todo o país.
Em 27 de dezembro de 1831, com a idade de 22 anos, Darwin partiu numa expedição em um navio, o Beagle, que iria durar cinco anos. Durante este tempo passou por Açores, Brasil, Galápagos, Falklands, Cidade do Cabo, Ilhas Maurício, Tahiti, Nova Zelândia e Austrália.
Em sua passagem pelo Brasil não foi apenas a natureza que o impressionou: abolicionista convicto, ficou chocado com um contexto escravocrata no País no século XIX.
Em muitos momentos em suas anotações, que depois seriam publicadas em Viagem de um Naturalista ao redor do Mundo, ele cita o tratamento dado aos negros e se posiciona fortemente contra a escravidão.
“É notório este lugar, pelo fato de ter sido, durante muito tempo, o quilombo de alguns escravos fugidos que, cultivando pequeno terreno próximo à vertente, conseguiram suprir-se do necessário sustento. Mas foram, um dia, descobertos e reconduzidos dali por uma escolta de soldados. Uma velha escrava, no entanto, preferindo a morte à vida miserável que vivia, lançou-se do alto do morro, indo despedaçar-se contra as pedras da base. Se se tratasse de alguma matrona romana, esse gesto seria interpretado como nobilitante amor da liberdade,mas, numa pobre negra, não passava de simples caturrice de bruto.”
“A seguinte ocorrência, que se passou comigo, impressionou-me muitíssimo mais intensamente do que qualquer história de crueldade que eu pudesse jamais ter ouvido. Aconteceu que, certo dia, atravessando um ferry em companhia de um negro que era excessivamente estúpido, a fim de ser compreendido passei a falar alto e gesticular. Devo, em algum momento, ter-lhe passado a mão próximo ao rosto, pois, julgando talvez que eu estivesse irado e fosse batê-lo, deixou penderem os braços, com a fisionomia transfigurada pelo terror, e os olhos semicerrados, na atitude de quem espera uma bofetada da qual não pretende esquivar-se. Nunca hei de esquecer da vergonha, surpresa e repulsa que senti ao ver um homem tão musculoso ter medo até de aparar um golpe, num movimento instintivo. Este indivíduo tinha sido treinado a suportar degradação mais aviltante que a da escravidão do mais indefeso animal.”
“No dia 19 de agosto deixamos finalmente as costas do Brasil. Dou graças a Deus e espero nunca mais visitar um país de escravos. Até o dia de hoje, sempre que ouço um grito distante, lembro-me vivamente do momento doloroso que senti quando passei por uma casa em Pernambuco.Ouvi os mais angustiosos gemidos, e não tinha dúvida nenhuma que algum miserável escravo estava sendo torturado, entretanto sentia-me tão impotente quanto uma criança, para até mesmo dar demonstrações.”
“No Rio de Janeiro, morei em frente de uma velha senhora que possuía parafusos para comprimir os dedos das suas escravas.”
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