De baixo para cima

O crescimento de público surpreendeu as previsões mais otimistas da organização do 2º Fórum da Cultura Digital, realizado entre os últimos dias 15 e 17 de novembro. A estimativa de 400 visitantes diários foi superada logo no primeiro dia do evento. Apesar da previsão de chuva – que não se confirmou -, mais de 800 pessoas lotaram a Cinemateca Brasileira, em São Paulo. Nos três dias, mais de duas mil pessoas de diferentes tribos passaram pelo fórum em São Paulo. Mais democrático em sua segunda edição, o evento cresce e se firma como espaço de encontro entre redes. [nggallery id=14123] Crescer estava mesmo nos planos, mas sem perder qualidade. Objetivo que foi atingido, na avaliação de Rodrigo Savazoni, coordenador do evento. “Fomos agraciados por inúmeras redes que estiveram presentes”, diz. E o fórum cumpriu seu papel de promover encontros reais que a rede virtual não propicia. “Tem um lado comportamental bem bacana na experiência desse evento, que aponta para um novo padrão que surge, no qual questões comerciais ficam em segundo plano, e a dimensão humana se recoloca no centro das relações.”Outra finalidade do evento é colocar em debate as múltiplas interfaces do digital e seus impactos e transformações na cultura. Para colaborar no processo, foi lançada a Linha do Tempo da Cultura Digital Brasileira (acesse aqui), um espaço colaborativo que pretende contar a história da evolução do digital no País.”Treino é treino, jogo é jogo”, diz Savazoni. Para ele, a primeira edição foi uma grande preparação para o evento deste ano. “No encontro anterior, definimos o que queríamos. Nesse, a coisa se materializou”, acrescenta Gabriela Agustini, coordenadora do 2º Fórum da Cultura Digital.Diferenças começam na estrutura, explica Savazoni. “No ano passado, realizamos um seminário internacional que se repete neste ano, mas dentro da programação, junto com outros espaços”.Mas o grande diferencial mesmo, segundo os coordenadores, está na construção do encontro, organizado de baixo para cima. “Fizemos uma chamada pública, convidando pessoas e projetos para participarem do fórum e mostrar o que estavam fazendo de melhor”, conta Savazoni. O resultado pode ser conferido no volume de público e no tamanho da programação.Difícil foi acompanhar todas as atividades. Houve área para debates sobre experiências em cultura digital, outra para discussões mais quentes, como o processo do marco civil regulatório e o avanço da Lei Azeredo (que pretende criminalizar a internet), encontro entre redes, oficinas autogestionadas e uma extensa programação audiovisual.”O encontro pode ser comparado a uma virada de jogo”, prossegue Savazoni. Otimista, ele vê no fórum o nascimento de um novo movimento político cultural, de matriz tropicalista. “São jovens e pessoas de espírito jovem interagindo para construir uma outra condição para a cultura e a política brasileiras.”


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