Gilberto Carvalho: denúncias têm caráter eleitoreiro

A edição desta semana da revista Veja traz lista de políticos que estariam envolvidos em esquema de corrupção na Petrobras, apontados pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, preso pela Polícia Federal em Curitiba. A lista envolve nomes de políticos do PT, PMDB, PP e PSB, incluindo o nome do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em acidente aéreo no dia 13 de agosto.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, classificou como “boataria” as denúncias de envolvimento de parlamentares em esquema de pagamento de propina na Petrobras. Segundo, o ministro, as acusações têm caráter eleitoreiro.

“Não posso tomar como denúncia contra a base aliada uma boataria de um vazamento sobre um procedimento que não sei qual é. Só vamos falar depois que houver o inteiro teor das denúncias”, disse ao final do desfile de 7 de Setembro. “Estão tentando usar a notícia de delação premiada para, no desespero, mudar o rumo da campanha. O vazamento é sempre condenável”, completou.

Para Carvalho, só após a confirmação das denúncias o governo fará a apuração do caso. “As apurações serão feitas como sempre ocorreram”, afirmou.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, lembrou que o inquérito corre em sigilo, mas que as apurações estão sendo feitas. “É importante que se faça a investigação e se esclareça. O inquérito corre em sigilo, portanto não se pode fazer nenhuma valoração a respeito. A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público, está fazendo as apurações dentro daquilo que a lei determina”, disse.

Denúncias publicadas na revista Veja desta semana afirmam que o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa revelou, por meio da delação premiada, nomes de mais de 30 pessoas, entre parlamentares, ministros e ex-governadores que teriam participado do esquema. Os políticos teriam recebido 3% de comissão sobre o valor dos contratos da Petrobras durante a gestão de Paulo Roberto, que está preso desde junho. Entre os nomes conta o de Eduardo Campos (PSB), que morreu em acidente no dia 13 de agosto.

Em campanha na cidade de São Paulo, a candidata à reeleição pelo PT, presidenta Dilma Rousseff, afirmou que precisa de dados oficiais para tomar providências cabíveis e não adotará medidas com base em especulação. “Não posso tomar nenhuma providência enquanto não tiver todos os dados oficialmente entregues. Ao ter os dados tomarei todas as medidas, inclusive se tiver que tomar medidas mais fortes”. Perguntada por jornalistas sobre a situação do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que teria o nome citado no depoimento de delação premiada do ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, Dilma respondeu que sequer é possível saber em que contexto o nome do ministro aparece no depoimento.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também se manifestou sobre as declarações de Costa e disse “repudiar as especulações” do ex-diretor da Petrobras. Renan destacou que suas “relações com todos os diretores da estatal nunca passaram os limites constitucionais”. O nome do Senador está entre os citados pelo ex-diretor da Petrobras. “É dever do Supremo Tribunal Federal e do Ministério Público apurar a veracidade das declarações do ex-servidor a fim de esclarecer se ele merecerá ou não o benefício da delação premiada”, informou Renan no texto, ao acrescentar que o mau uso do instituto da delação premiada “deve redundar em um agravamento de pena daquele que tentou manipular os rumos da apuração.”


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