Para realizar a Copa em 2014 e a Olimpíada neste ano, a Prefeitura do Rio de Janeiro removeu 22.059 famílias de 2009 a 2015, conforme dados obtidos pelo Comitê Popular da Copa e Olimpíada do Rio. As antigas casas deram lugar a instalações esportivas e alojamentos para atletas, e em troca as famílias foram contempladas com novas habitações. Resultado: os alojamentos como as habitações são todos muito ruins.
No último dia 26, a entrega das novas casas da Vila Autódromo a 20 famílias desalojadas para realização da Olimpíada fracassou: elas não aceitaram receber os imóveis porque ainda não há energia elétrica e os entornos das casas e da igreja que serve como associação de bairro não foram urbanizados. “O acordo com a prefeitura diz que as ruas têm que estar iluminadas e com urbanização, mas não estão”, afirma Maria da Penha Macena, moradora da Vila Autódromo há 22 anos, ao jornal Folha de S.Paulo.
A situação dos atletas não é melhor. Quando a delegação da Austrália chegou, decidiu se hospedar num hotel. A chefe de missão, Kitty Chiller, afirmou que esteve em cinco Jogos e nunca havia presenciado algo assim: “É a minha quinta Olimpíada, e eu não havia presenciado esse estado, ou melhor, essa falta de estado, em um período como esse”.
Descontentes com a situação dos apartamentos, as delegações dos Estados Unidos, Itália e Holanda decidiram pagar por conta própria as obras de acabamento dos imóveis, que incluem desde a colocação de lâmpadas até o conserto dos encanamentos. A delegação da Suécia se queixou da falta de limpeza e de problemas no acabamento. Os atletas foram de táxi para os hotéis onde vão passar os próximos dias enquanto os ajustes são feitos.
O presidente do Comitê Olímpico Argentino, Gerardo Werthein, disse que “os apartamentos, apesar de terminados por fora e parecerem terminados por dentro, quando são testados evidenciam alguns problemas que têm a ver basicamente com instalações hidráulicas e elétricas, que é o final da obra”.
Dezessete mil atletas são esperados durante o período dos Jogos Olímpicos. A Vila possui 31 prédios, com um total de 3.604 apartamentos. Estima-se que 20% deles, ou 720 apartamentos, apresentam problemas graves.
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