Após um mês e meio no Palácio no Planalto, a primeira pesquisa de opinião sobre o governo Michel Temer (PMDB) mostra que a desaprovação ao presidente interino aumentou. De acordo com o Instituto Ipsos, a taxa de desaprovação a Temer aumentou de 61% em fevereiro para 67% em maio, e atingiu 70% na primeira quinzena de junho. O percentual de brasileiros que acreditam que o País está no rumo errado também subiu, de 88%, em maio, para 89%, em junho. Enquanto isso, a desaprovação a Dilma caiu, de 80% para 75%. A aprovação de Dilma aumentou cinco pontos, de 15% para 20%. A de Temer aumentou três pontos, de 16% para 19%.
De acordo com a pesquisa, em junho 43% dos entrevistados disseram avaliar o governo ruim ou péssimo, o que representa uma queda em relação à última avaliação da gestão Dilma, em maio (69%). O diretor da Ipsos Danilo Cersosimo disse à BBC que a queda na reprovação não foi traduzida em aprovação (que caiu de 9% para 6%), mas no aumento do “regular” (de 21% para 29%) e do “não sabe/não respondeu” (de 2% para 22%), o que seria um resultado comum nesses primeiros meses de gestão. “É como se as pessoas estivessem esperando mais para avaliar”, diz o diretor da Ipsos.
Os dados foram coletados entre os dias 2 e 13 de junho, por meio de 1.200 entrevistas em 72 municípios. A margem de erro é de 3 pontos percentuais.
Danilo Cersosimo, diretor na Ipsos Public Affairs e responsável pela pesquisa, afirmou que a baixa popularidade de Temer é explicada por três fatores: a falta de uma agenda clara de mudanças, a imagem de político tradicional e o contexto turbulento no qual governa. Segundo ele, por não ter passado por eleições, Temer não teve um conjunto de medidas aprovado pela população: “Dado que não passou por um crivo popular, não teve uma agenda aprovada e nunca foi gestor, não se sabe o que esperar dele”.
Ele lembra ainda que o peemedebista não foi escolhido pelos brasileiros como o sucessor de Dilma, mas que sua posse foi consequência de uma vontade de tirá-la do poder: “Era muito mais o impeachment dela do que uma esperança que se depositava nele”.
Outros pontos da pesquisa mostram que Temer enfrentará dificuldades para se tornar popular. A taxa dos que reprovam o que ele está fazendo na Previdência Social é de 44%. Sobre o Minha Casa Minha Vida, a desaprovação atinge 43%; em relação ao combate ao desemprego, 44%; sobre o Bolsa Família, a desaprovação é de 43%. O combate à inflação e a à corrupção têm o mesmo índice de desaprovação: 40%.
A pesquisa também mostrou que a desaprovação aos políticos é muito alta: José Serra e Geraldo Alckmin (PSDB) são rejeitados por 55%; Marina Silva (Rede) por 56%; Aécio Neves (PSDB) por 63%; e Lula (PT) por 68%.
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