Lá vou eu falar deles novamente, mas agora com preocupação. Até mesmo o cantor inglês Boy Jorge, figura andrógina maravilhosa, entrou na batalha do Big Brother Brasil, logicamente contra o lutador Marcelo Dourado, alvo de 9 em cada 10 gays ou ativistas gays. Depois de ler nos sites gays internacionais sobre o gaúcho, que não esconde seu horror à homossexualidade, além de arrotar e não se envergonhar disso, B. Jorge conclamou a comunidade gay a retirar o bofão do jogo. Já no dia seguinte, mostrando paciência zero para com o tema, o inglês mandou, via Twitter, um belo Fuck it, abandonando-nos. Ele pode, pois mora na Inglaterra. De qualquer forma, Dourado ganhou grande visibilidade na mídia, espero que apenas pelos prometidos 15 minutos, pois no Brasil a guerra está armada, e nossa trincheira não é exatamente a mais forte. Não me refiro a presença de gays no reality show, Jean Willys já marcou essa etapa, mas sim de tolerar homofobia. O que pensam os homens heterossexuais sobre os gays as torcidas de futebol explicam com lamentável clareza, e Dourado pode ganhar facilmente o apoio deles.
Como vai andar a carruagem, é coisa que só Deus sabe, e o diretor do programa, Boninho, é quem tem procuração do Poderoso para fazer algo. O risco está no fato de que, tratando-se da opinião pública, as coisas podem facilmente sair de controle. Muitos interesses gays estão em jogo neste momento, estamos lutando pela aprovação da PL 122/06, a lei que criminaliza a homofobia, pois não temos nenhuma lei que nos proteja. Todos os dias homossexuais são agredidos e mortos, homofobia é uma forma brutal de violência, mundialmente combatida como tal, enquanto, no Brasil, o mais poderoso veículo de mídia a acaricia como se gatinho fosse. Onde está o Deus dessa guerra? Será que Boninho sabe quanto poder tem sobre o destino de milhões de gays? A história o julgará, certamente, mas nós, gays, pagaremos a conta antecipada, qualquer que venha a ser.
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