Deus e nós

Caríssimos, já intimei todos a verem Pecados da Carne (Eyes Wide Open), que chegou agora aos cinemas. No filme, um judeu ortodoxo, daqueles que se vestem com roupas tradicionais pretas, casado e com filhos, trabalha em um açougue na parte velha de Jerusalém, e se envolve com um jovem, ortodoxo como, e vocês podem imaginar a confusão. Tudo isso no coração da terra santa. Joguem o nome do filme no Google e verão que todos o comparam a Brokeback Mountain, o que eu acho válido somente pela temática gay, prefiro comparar com O Padre (The Priest) no original, sobre o qual já falei aqui. Em ambos os filmes, o cerne da questão é o confronto entre desejo homossexual e a religião, o medo de Deus, a ideia de pecado, etc. Aí sim, acho os dois semelhantes e pertinentes, agora mais do que nunca, com todo esse debate sobre sexo e religião que os escândalos da Igreja Católica levantaram.

Surpreende-me ver como os israelenses enfrentam com coragem a temática gay, já o fizeram no delicioso Jossie & Yagger, em que mostram a relação gay de dois soldados no exército, e agora vão mais fundo ainda, misturando o lado ortodoxo da religião com homossexualidade, e não apenas na parte histórica de Jerusalém, mas em um açougue. É exatamente o desejo da carne versus o medo de Deus e os ditames da religião. Bárbaro!

Sexo é pecado? Sexo homossexual é pecado? Como essas duas religiões, cristianismo e judaísmo, que se encontram tão próximas na sequência dos dois testamentos que formam a Bíblia, tratam isso? Leiam meus posts antigos e verão minha opinião: sexo não é pecado, não existe na Bíblia nenhuma condenação à homossexualidade, Desmond Tutu concorda com isso, e, por fim, mas não por menos, as religiões que tratam seus sacerdotes como homens normais, permitindo-lhes casamento e sexo, algumas agora até mesmo o casamento homossexual, são mais estáveis e atuais que o catolicismo. Lembro, sempre, de que os apóstolos que cercaram Jesus na santa ceia eram casados e tinham filhos, e Jesus nunca os condenou por isso. O que veio depois é criação humana, não sagrada.


Comentários

6 respostas para “Deus e nós”

  1. Ba, não vale, eu entrei aqui para dar a mesma dica. Lembrei-me que nesse filme uma das garotas vai pesquisar essas questões no livro sagrado. bjos, Lourenço! Vera

  2. Meu caro, assista ao belo filme Ha-Sodot (The secrets), que também fala sobre homossexualidade, entre outros “pecados” da carne, só que entre mulheres. A história se passa num seminário para moças judias e tem a espetacular Fanny Ardant no elenco. Bem na linha israelenses enfrentando a temática. Beijas.

    1. Baronesa, amei a dica. Nunca iria pensar em pecados das moças, lógico, me dá engulhos, mas darei a dica assim que possível.

      Bjas

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