Dia mundial de amar os HIV positivos

Meus caros, 1º de dezembro é o dia mundial de combate à Aids. No mundo inteiro, eventos e manifestações estão sendo realizados, com o intuito de manter viva a batalha contra essa terrível doença, que não assola apenas os homossexuais, mas todo e qualquer segmento da sociedade, independentemente da orientação sexual. Este ano, o foco da campanha é o combate do preconceito, que joga no ostracismo aqueles diagnosticados como portadores do vírus, mesmo que  não manifestem a doença propriamente dita. Todos sabem que uma coisa é ser portador do vírus, ter sido infectado por ele, e isso ser acusado nos exames de sangue, e outra é desenvolver a doença. Aqueles que constatam cedo a infecção, e iniciam cedo o tratamento com os antivirais, têm todas as chances de zerar a presença do vírus em seu sangue, e viver uma vida absolutamente normal, desde que tomem seu remédio todos os dias.

Eu já disse aqui que  namorei dois caras maravilhosos, ambos HIV positivos, e tive com eles relações deliciosas. Nossa vida sexual foi normal, muito feliz, animada, pois era cercada de todos aos cuidados necessários, principalmente a camisinha em qualquer hipótese, e algumas cautelas higiênicas, como não dividir os aparelhos de barbear, enfim, coisas básicas. Meus dois namorados reagiram corajosamente à paulada que é receber a notícia da infecção, e mudaram suas vidas para melhor, vivem de forma mais saudável, cuidam mais de si, e são mais felizes hoje do que eram antes. Os dois tiveram coragem de responder ao risco da forma correta: viver a vida plenamente, com coragem e prazer, sendo felizes. O diagnóstico acabou por ser muito positivo para eles. Não é o que acontece em todos os casos, pois a barra é pesada para qualquer pessoa. Por isso é tão fundamental o apoio amigos e de suas famílias. Eles se souberam amados, e acolhidos. Infelizmente, a maioria da sociedade ainda reage de forma terrível para com os infectados, muitas vezes excluindo-os de seu círculo de amigos, e queimando seu filme com fofocas rápidas e inclementes. Esse é o segundo aspecto a cercar a doença mundo afora, a humanidade das pessoas, sua capacidade de amar sem o terrível preconceito. Para a infecção, a medicina avançou maravilhosamente, dando vida normal aos infectados, mas, para o preconceito, só muita campanha e, permitam-me dizer, paulada na cabeça, pois ele é inadmissível, e inumano. Palavra de Cavalcanti.


Comentários

4 respostas para “Dia mundial de amar os HIV positivos”

  1. Descobri faz 2 semanas que meu namorado tem a doença, estamos faz 4 meses e encontrei os antivirais nas coisas dele. Não vou mentir que me assustei, que cobrei que ele tivesse me contado. Mas logo depois me coloquei no lugar dele, pensei no que ele já pode ter pasado e sofrido. Procurei ajuda de um especialista, não tinha conhecimento sobre carga viral, procurei ONGs e só depois contei pra ele que eu já sabia. Estamos felizes!

    1. Edurado, fico feliz em ver que você compreendeu o que seu namorado enfrenta, e veja que, se a carga viral dele realmente estiver zerada, os seus riscos de infecção são ínfimos. Ele não te expôs a riscos, não foi irresponsável. Desejo o melhor para vocês dois, parabéns, é assim que se acolhe a pessoa a quem amamos. Abraço do Cavalcanti

  2. Meu caro, deve ser dureza. Como qualquer outra doença que ainda não sabemos como curar, transmissível ou não. Sei lá como eu reagiria diante de uma situação como essa. Mas a coisa está aí e não adianta varrer para baixo do tapete que não vai desaparecer. Para lidar, só mesmo com muito amor.
    Prevenção, sempre!!! Beijas.

    1. Baronesa, sois sábia. O pessoal lê na mídia os avanços da medicina na prevenção – digo prevenção, não cura – e acham que virou festa do caqui. Depois é tarde… E ninguém sabe dizer aos contaminados que se tratam, se haverá efeitos colaterais dos remédios daqui a 10 ou 20 anos. Melhor prevenir, mas vais dizer isso para a garotada que está com a franga solta.
      Bjs
      Lourenço

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