Collor não cabia em nenhum partido político, que não desfrutavam de boa imagem junto aos eleitores. Para concorrer à presidência, em 1989, preferiu fundar o seu próprio. Na campanha se apresentou como “o novo”, como aquele que iria reconstruir o país – o nome de seu partido era Partido da Reconstrução Nacional, um nanico com apenas 23 deputados federais. Foi eleito, mas em vez de reconstruir o país destruiu a poupança nacional, e cavalgou por dois anos um governo baseado no ódio e na vendeta até ser expulso do Palácio do Planalto pelo povo e pelo Congresso Nacional.
Marina não cabe em nenhum partido político. Tentou fundar o seu próprio, mas não conseguiu a tempo. Então, foi acolhida pelo PSB, um nanico com 24 deputados federais. Ela se apresenta como “o novo”, num outro momento em que os grandes partidos políticos são questionados. Marina concorre por uma coligação liderada pelo nanico PSB (24 deputados federais), composta pelos nanicos PPS (12 deputados federais), PPL (nenhum deputado), PHS (nenhum deputado), PRP (nenhum deputado) e PSL (nenhum deputado). A sua coligação é um saco de gatos ideológico, tal como as coligações dos partidos que ela demoniza.
O PSB, diz o nome, é um partido socialista. De esquerda. Tudo bem. O PPS é formado pelos dissidentes do PCB liderados pelo deputado Roberto Freire. Esquerda. O PRP foi organizado para reunir o legado político de Adhemar de Barros, sinônimo de tudo o que a candidatura de Marina critica: um grande corruptode direita, um dos chefes civis do golpe de 64. O PSL é um partido de ocasião, que em 2006 alardeava ter 200 mil filiados mas seu candidato a presidente da República (e fundador do partido) Luciano Bivar recebeu 62 mil votos. O PPL é o sucessor do MR-8 de São Paulo, aliado de Quércia, que depois de governar São Paulo deixou herança bilionária, financiador do jornal do grupo, o sensacionalista e caluniador Hora do Povo. O ex-presidente nacional do PHS. Paulo Roberto Matos renunciou em 2012, acusado de cometer irregularidades internas. Marina está prestes a ser conduzida pelos 140 milhões de eleitores brasileiros para governar os 200 milhões de habitantes ao lado desses partidos. Marx disse que a história não se repete duas vezes. Ele não conheceu o Brasil.
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