Denise Assis é colaboradora da Brasileiros. Seu trabalho, baseado em pesquisas, nos trouxe detalhes documentados sobre passagens pouco conhecidas de personagens da história do Brasil. Como os 11 gols que Pelé fez aos 18 anos em um campeonato militar de futebol, em novembro de 2010. Ou como na revelação da insuspeitada veia poética do político do MDB, Ulysses Guimarães, demonstrada em seu conto Razões de um Lampião (Excursão pela Vaidade Humana), em outubro de 2009.

Denise, agora, foi ao Arquivo do Estado de Pernambuco e de lá trouxe informações sobre uma passagem heroica e não conhecida do escritor Gilberto Freyre. Os documentos que ela conseguiu mostram que ele foi preso em fevereiro de 1935 em Recife. E, a pedido do temido Departamento de Ordem Política e Social, foi identificado como “agitador de operários”. Nem a Fundação Gilberto Freyre sabia disso.
Se há certo heroísmo do sociólogo nos fatos demonstrados pelos documentos conseguidos por Denise, é tranquilidade o que se depreende da leitura do livro De Menino a Homem.

Publicado postumamente e em edição primorosa, pela Global Editora, em 2010, lê-se, na página 132: ” chamei de aventuras sexuais em que eu tinha incorrido em raras ocasiões: as homossexuais“. E logo na página seguinte, ele se pergunta: “Será que havia em mim tendência para essa afinidade, da minha parte, sempre máscula, com efebos esteticamente atraentes?“. E logo responde: “Suponho que nenhuma“.

À proposito de nosso especial diversidade, importa muito pouco a opção sexual, seja dentro, fora ou longe do armário. Mas importa muito o respeito a esta opção.

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Os retratos desta página e da página 133 foram feitos em Apipucos, Recife, em 1980, nos 80 anos de Gilberto Freyre.D


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