Em pronunciamento transmitido em cadeia nacional de rádio e TV na noite de quarta (3), a presidente Dilma Roussef fez um forte apelo para que cada cidadão assuma a batalha contra o mosquito Aedes aegypti, o transmissor das febres zika, chikungunya e dengue.
Dilma destacou ainda a realização de uma força-tarefa nacional no dia 13 de fevereiro que envolverá 220 mil membros das forças armadas em uma grande ação na busca e eliminação de criadouros. A medida terá a participação dos governos estaduais e municipais. Além disso, garantiu que a luta contra o mosquito será extensiva aos prédios de governo, escolas, quartéis, unidades de saúde. “Cada funcionário deve ser um combatente do mosquito e sua reprodução.”
Mantendo a linha de suas últimas falas à população, a presidente disse que “como a ciência ainda não desenvolveu uma vacina, o único remédio vigoroso e eficiente é o combate ao mosquito que transmite a zika.” Sobre as pesquisas em andamento para descobrir um imunizante, informou que conversou com o presidente americano, Barack Obama, e que busca firmar parcerias com laboratórios farmacêuticos para acelerar o desenvolvimento de uma substância capaz de impedir a infecção pelo zika.
“Formemos um grande exército de paz e saúde com a participação do exército brasileiro. Não seremos derrotados pelo mosquito e pelo vírus que ele carrega”, disse a presidente.
Referindo-se às “mulheres brasileiras, principalmente às mães e às futuras mamães”, disse querer transmitir uma palavra de conforto. “Faremos tudo, absolutamente tudo, que estiver ao nosso alcance para protegê-las. Faremos tudo, absolutamente tudo, para apoiar as crianças atingidas pela microcefalia e suas famílias.” Uma criança com microcefalia demanda atendimento pediátrico, neurológico, nutricional, fisioterapia e suporte educacional, entre outros cuidados.
O eixo central da mensagem da presidente é deflagrar a guerra ao mosquito, cuja infestação permitiu que, em 2015, o País registrasse 1,5 milhão de casos de dengue. Desde o retorno do vetor, 1986, já se sabia que ele se reproduz em água parada, limpa ou seja, e que seu ciclo precisa ser interrompido com a destruição dos criadouros. “O mosquito pode estar na casa do vizinho, na sua casa, desde que haja água parada contida em garrafas, pneus, recipientes descartados como lixo. Mais de dois terços dos criadouros estão nas nossas casas.”
Segundo a presidente, o governo está colocando recursos humanos, financeiros e tecnológicos no combate ao mosquito e ao vírus zika. “Mais de dois terços dos criadouros estão nas nossas casas. Precisamos ter um cuidado contínuo nas casas, escolas, logradouros púbicos para que não se transformem em lares do mosquito.”
Promessas e medidas
Na segunda (1), Dilma convocou ao Palácio do Planalto representantes de 31 ministérios, de órgãos vinculados às pastas e autarquias federais para discutir ações contra o zika vírus. Na terça (2), na abertura do ano legislativo, também falou sobre o combate ao vírus. “Todo o meu governo está engajado no enfrentamento da doença. Não faltarão recursos para que possamos reverter a epidemia do zika vírus e lidar da forma mais adequada com seus efeitos. Essa será uma de nossas prioridades esse ano, para a qual conto com o Congresso Nacional.”
Desde o início do surto de microcefalia, o governo anunciou medidas como o pagamento de um salário mínimo a famílias que tiverem crianças diagnosticadas com a doença (desde que a renda per capita familiar seja inferior a R$ 220) e a distribuição de repelentes do Aedes às grávidas que sejam beneficiárias do Bolsa Família (cerca de 400 mil mulheres). Outro ponto de destaque das falas de Dilma é a adoção de campanhas de conscientização da população. Que, aliás, deveriam ter sido contínuas desde o reaparecimento do Aedes aegypti.
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