Dilma relata conversa com Obama e cobra explicações até quarta

Roberto Stuckert Filho/PR

O Palácio de Planalto confirmou o encontro da presidenta Dilma Rousseff com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante a oitava cúpula do G20, iniciada ontem (5) na Rússia. Encerrada a cerimônia de boas-vindas do G20, líderes das 19 maiores economias mundiais participaram da primeira reunião de trabalho. Depois, se dirigiram ao Palácio Grand Peterhof, em São Petersburgo, onde o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ofereceu um jantar aos chefes de Estado. Dilma e Obama chegaram atrasados ao local, segundo agências de notícias.

Em entrevista coletiva concedida, Dilma Rousseff (ouça o aúdio) conta: “Obama declarou  que assumia a responsabilidade direta e pessoal pelo integral esclarecimento dos fatos e que proporia, para o exame do Brasil, medidas para sanar o problema. Diante do meu ceticismo, devido a falta de resultados do encontro entre o Ministro da Justiça José Eduardo Cardoso e o vice-presidente Joe Biden, ocorrido a semana passada, o presidente Obama reiterou que assumia a responsabilidade direta e pessoal tanto para apuração das denúncias, como para oferecer as medidas que o governo brasileiro considerasse adequadas.”

A presidenta afirmou também que não quer apenas esclarecimentos técnicos e que não era uma questão de desculpas, já que a espionagem “afetava interesses econômicos brasileiros, a soberania do país, e afetava os direitos humanos e civis”. O governo dos EUA se comprometeu a dar, até próxima quarta-feira (11), esclarecimentos sobre atividades de espionagem realizadas contra o Itamaraty.

Dilma informou ainda que vai propor, na ONU, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia 24 de setembro, em Nova Iorque, “uma nova governança contra invasão de privacidade”. Segundo a presidenta, sua primeira visita com honras de chefe de Estado aos Estados Unidos depende do desdobramento do caso e das explicações dadas pelo governo norte-americano. “A minha viagem a Washington depende das condições políticas a serem criadas pelo presidente Obama”, disse.

Ainda informou que “o Brasil não reconhece uma ação militar na Síria sem a aprovação da ONU”. O avião da presidenta decolou de São Petersburgo por volta das 16h (9h em Brasília). Dilma voltou antes do fim da cúpula para participar do Dia da Independência, comemorado em 7 de setembro. A previsão é que ela chegue ao Brasil no fim da noite de hoje.


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