Dirigentes da campanha de Marina divergem sobre pesquisa

Marina na chegada ao debate da Band, nesta terça-feira (26). Foto: Divulgação
Marina na chegada ao debate da Band, nesta terça-feira (26). Foto: Divulgação

Dois dos principais dirigentes da campanha presidencial de Marina Silva (PSB), que assumiu a candidatura de Eduardo Campos, falecido neste mês, em um acidente de avião em Santos, Roberto Freire, presidente do PPS, um do principais aliados da chapa, e Márcio França, deputado federal e uma das lideranças da legenda, divergiram quando interpelados pelos jornalistas sobre a pesquisa do IBOPE divulgada na noite desta terça-feira (26), que coloca Marina no segundo turno e lhe dá a vitória sobre Dilma na etapa final das eleições: Freire não consegue ver o horizonte que pode chegar a candidata, enquanto Freire já fala em vitória.

Na pesquisa do instituto, Dilma tem 34% das intenções de voto, contra 29% de Marina Silva e 19% de Aécio Neves, com margem de erro de dois pontos percentuais. Numa simulação de segundo turno, Marina aparece com 45% e Dilma com 36%.

“Era esperado [o resultado da pesquisa]. A nossa diferença no segundo turno é muito alta, mas não tem nada resolvido, nada decidido. Eu acho que, de fato, esse crescimento da Marina é uma coisa nova na campanha presidencial, que até então não tinha nenhum tipo de impacto. A tragédia que aconteceu com Eduardo Campos criou esse fenômeno da Marina que fez surgir o distanciamento do cenário”, disse ele. Questionado por Brasileiros sobre a discussão interna pela manutenção do fôlego de Marina nas pesquisas, Freire lembrou que ela já havia aparecido na segunda colocação nas intenções de voto divulgadas quando a chapa do PSB ainda não estava definida. “Eu não posso afirmar que isso [fôlego de Marina nas pesquisas] vai continuar. Quando colocaram Marina como possibilidade de escolha nas pesquisas, antes de Eduardo Campos, ela estava sempre em segundo. Você lembra disso? Estava na frente até do Aécio. Isso não é estranho. O que é surpreendente é que a comoção nacional gerou esse novo cenário em que existe um distanciamento anormal da nossa campanha. É quase uma ruptura com o cenário antigo que tínhamos. Vai ter continuidade? Eu não sei, porque não dá pra imaginar até que ponto essa comoção vai se esgotar ou se já se esgotou”, respondeu.

“Até duas semanas atras tínhamos como candidato o Eduardo Campos e eu tinha certeza que ele seria vitorioso nestas eleições. Aliás, ele falava uma frase que diz bastante sobre esse momento: ‘quando achamos que temos todas as respostas, vem a vida e mostra o contrário. Não fiquei surpreso [com a pesquisa]. A gente tem números internos que mostram resultados até maiores do que os que foram divulgado hoje pelo IBOPE. Aconteceu uma coisa que eu estava falando há muito tempo: a entrada da classe C na disptua eleitoral. Quando a  classe C entrasse em campo, o cenário mudaria. Bem, ela entrou e ela é a  maior parte da população. Eu acho que a gente vai subir mais, muito mais. A curva da Marina é ascendente. Se você for na periferia, vai ver que a nossa diferença é ainda mais elástica”, avaliou.

Se comparada com a pesquisa feita pelo Datafolha, na semana da morte de Eduardo Campos, Dilma e Aécio mantiveram-se estáveis, e apenas Marina cresceu. Faltam 39 dias para o possível primeiro turno das eleições, no dia 5 de outubro.


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