Dois anos no iG esta semana

Os assuntos mais comentados pelos leitores na última semana:

Balaio

Caso Nardoni: 572

A guerra suja na web: 316

Santos, a alegria do futebol: 116

Folha

Caso Isabella: 57

Educação: 52

Lula: 48

Veja ( a revista não publica mais os números)

Morte de Glauco e o daime

Delúbio Soares palestra sobre ética

Lula mensageiro da paz

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Nesta próxima quinta-feira, 1º de abril, completo dois anos de trabalho aqui no iG. O tempo correu, é verdade, mas não é mentira

Estava em Fernando de Noronha, comemorando meus primeiros 60 anos de vida, quando fui convidado pelo então presidente do portal, Caio Túlio Costa, um pioneiro do jornalismo na internet, antigo colega da Folha, que hoje trabalha na campanha da minha amiga Marina Silva.

Como até hoje, eu era na época repórter da revista Brasileiros e meus planos naquela altura do campeonato se limitavam a trabalhar para viver e não mais viver para trabalhar. Queria ter mais tempo para ficar com a família e os amigos. Acabou acontecendo o contrário.

A idéia inicial do Caio era que eu entrasse logo no mundo maravilhoso nos blogs, mas fiquei com receio de virar mais um escravo da web, aquela gente estranha que passa o dia inteiro na frente do computador. Achei melhor apenas fazer uma coluna, duas ou três vezes por semana. Publicava entrevistas e reportagens iguais às que escrevia em jornais e revistas.

Alguns meses depois, porém, ele me convenceu a abrir um blog para tratar de qualquer assunto, com toda liberdade e um texto mais pessoal, mais opinativo, e assim entrou no ar este Balaio, em setembro de 2008 – independente, informativo e democrático, desde o primeiro dia.

Na verdade, entrei para a internet, e já estou aqui no iG, desde o começo de 2005. No final do ano anterior, tinha deixado o governo, onde era secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência da República. O primeiro convite de trabalho que recebi, feito pelo Roberto Benevides, foi para escrever uma coluna semanal no site “No Mínimo”, criado por antigos colegas do Jornal do Brasil, hospedado aqui mesmo neste portal, enquanto durou.

Já são, portanto, cinco anos de convívio com os internautas de todo o Brasil, depois de ter trabalhando por 40 anos nos principais veículos da mídia impressa e de televisão do país. Estou gostando muito desta experiência, apesar do trabalho que dá – quase todo dia, incluindo fins de semana e feriados, o dia todo batucando neste teclado para escrever novas matérias ou moderar comentários.

“Isto está virando escravidão!”, queixou-se minha mulher ainda ontem, enquanto me esperava para irmos à festa aniversário das netas, e eu teimava em liberar apenas mais alguns comentários. Em compensação, posso trabalhar em casa, tenho toda liberdade para escolher os assuntos e não preciso dar satisfações a ninguém sobre o que escrevo, a não ser aos meus leitores.

É o sonho de todo jornalista: ter seu próprio jornal para dizer o que pensa da vida, contar o que está acontecendo, publicar uma novidade antes dos outros. Por isso, sou muito grato aos colegas do iG, pela paciência com que sempre me ajudaram nas minhas dificuldades internéticas, e aos leitores, razão de ser de qualquer espaço jornalístico como este.

Por uma feliz coincidência, fui informado neste sábado pelo meu amigo Luiz Fernando Vieira, da África, que a Vale, a quem agradeço a confiança e o apoio, vai renovar o contrato de patrocínio deste Balaio. Que venham outros Vida que segue.

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O recorde de Lula

A popularidade dos governos, de qualquer governo, em qualquer país, costuma declinar quando está entrando na reta final do mandato. Com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no entanto, está acontecendo exatamente o contrário.

A nove meses do final dos seus oito anos de governo, a manchete da Folha de hoje nos informa que “Popularidade de Lula bate recorde – 76% da população acha governo ótimo ou bom, maior índice desde que Datafolha iniciou pesquisa, em 90″. Apenas 4%, o menor índice até agora, desaprovam o governo, considerando-o péssimo ou ruim.

A mesma pesquisa Datafolha que mostrou no sábado o tucano José Serra nove pontos à frente da petista Dilma Roussef (36 a 27) revela hoje que o recorde de Lula “se fragmenta na eleição de seu sucessor”. Aos números: entre os que aprovam o governo Lula, 33% dos pesquisados declararam que vão votar em Dilma e 32%, em Serra – ou seja, temos aí um empate técnico.

Este dado da pesquisa pode ser explicado por outros números: embora o nome de Dilma já seja conhecido por 87% dos eleitores, apenas 58% sabem que ela é a candidata do presidente Lula.

A grande questão colocada pelo Datafolha neste momento da campanha eleitoral é exatamente até onde ainda poderá chegar a transferência de votos de Lula para Dilma. Dos 73% que não votam nela, segundo esta pesquisa, 19% votariam com certeza num candidato apoiado pelo presidente Lula e 23%, talvez.

A maior dificuldade de Serra, por sua vez, reside exatamente aí: em 2002, ele era o candidato do governo FHC, com popularidade declinante, e agora é o candidato de oposição a um governo que bate recordes de aprovação.

O quadro só deverá ficar consolidado a partir de agosto, após a Copa do Mundo, quando começar o horário político no rádio e na televisão, e ficará mais claro quem está apoiando quem nesta campanha. Até lá, quem tiver juízo não deve mais arriscar previsões nem colocar em dúvida os resultados oscilantes das pesquisas, que agora mais parecem uma gangorra, como escrevi no meu texto de sábado.

Bom domingo a todos. Agora preciso ir ao supermercado. Vai demorar um pouco a moderação de comentários.


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