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“Eu não sei o que esse povo vê em mim.” Assim falou Dominguinhos, considerado um dos maiores instrumentistas do Brasil, em entrevista em 2011. Na época, quando completou 70 anos, a Brasileiros publicou um perfil do músico – leia aqui -, que morreu nesta terça-feira, dia 23, aos 72 anos. A reportagem veio acompanhada também de um pequeno depoimento de Arismar do Espírito Santo.
Dominguinhos era considerado o maior herdeiro musical de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Deixou mais de 500 composições genuinamente brasileiras e, ao mesmo tempo, universais, além de duas mil participações em discos de parceiros musicais de ontem e de hoje. O cantor e compositor lutou por mais de seis anos contra um câncer de pulmão.
Trajetória
José Domingos de Morais nasceu em Garanhuns, no agreste pernambucano, em 12 de fevereiro de 1941. Começou a tocar aos seis anos de idade com os irmãos, e dois anos depois conheceu Luiz Gonzaga. Foi do mestre que ganhou sua primeira sanfona, aos 13 anos, já morando no Rio de Janeiro.
Em 1963 Dominguinhos lançou seu primeiro disco, “Fim de Festa”, iniciando uma carreira intensa de muitos sucessos e parcerias.
Nas décadas seguintes, além de Gonzagão, tocou com muitos dos grandes nomes da música brasileira, como Gal Costa, Chico Buarque, Djavan, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Com este último gravou duas de suas músicas mais célebres, “Lamento Sertanejo” e “Eu Só Quero um Xodó”. Entre outros clássicos do sanfoneiro estão “Gostoso Demais”, “Tenho Sede” e “De Volta pro Meu Aconchego”, músicas que por vezes ficaram mais famosas nas vozes de cantoras como Elba Ramalho e Maria Bethânia.
Em 2002 Dominguinhos ganhou o Grammy Latino com o CD “Chegando de Mansinho”. Em 2010 venceu o Prêmio Shell de Música.
Mesmo consagrado e reconhecido em todo o mundo, nunca deixou de fazer shows em lugares populares e pequenas casas de forró, mais tradicionais. Afinal, como sempre dizia, gostoso era estar com os amigos e ver o povo dançar.
DOMINGUINHOS EM GILBERTO GIL TOCAM LAMENTO SERTANEJO
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