O governo português anunciou ontem a privatização de 61% das ações da TAP (Transportes Aéreos Portugueses). A empresa estatal de aviação comercial foi fundada em 1945 e é responsável por cerca de 320 voos diários para vários destinos da Europa e de outros continentes. Com a transação, 34% da composição acionária da TAP pertencem agora a David Neeleman, empresário americano, nascido no Brasil, que é dono da companhia aérea Azul, e seu sócio português, Humberto Pedrosa (os 5% restantes são compostos por ações dos trabalhadores da TAP).
A negociação, que será submetida à aprovação de autoridades regulatórias europeias, deve render aos cofres do governo português, nos próximos anos, cerca de R$ 35 bi. Neste primeiro momento, Neeleman e Pedrosa assumiram dívidas de R$ 3,5 bi e assinaram acordo que prevê investimento imediato de R$ 1,2 bi, com o principal objetivo de modernizar a frota da TAP, que terá o acréscimo de 53 novas aeronaves (a companhia aérea possui hoje 77 aviões).
A negociação não envolveu a brasileira Azul, fundada em 2008. Neeleman e Pedrosa realizaram a compra de 34% da TAP por meio da empresa DGN, que pertence ao americano. No entanto, os clientes da companhia brasileira deverão se beneficiar de serviços da frota da companhia portuguesa, uma vez que as duas empresas já possuíam acordos de parceria em conexões internacionais.
Nascido em São Paulo, em 1959, David Neeleman é o segundo de sete filhos do casal americano Gary Neeleman e Rose Lewis. Jornalista, o patriarca Gary é um apaixonado pelo Brasil. Esteve no País pela primeira vez, aos 19 anos, em uma missão mórmon, e retornou anos mais tarde, como correspondente da agência de notícias UPI (United Press International). Gary e Rose tiveram outros dois filhos no Brasil. O jornalista é autor de uma trilogia de livros-reportagem que contam parte da relação histórica entre Estados Unidos e Brasil.
Em fevereiro de 2013, a Brasileiros contou com exclusividade a história de Gary e Rose. Leia a íntegra da reportagem
Deixe um comentário