‘É bom estar num país onde todos falam de socialismo’, afirma editor da Photo Poche

O editor-adjunto da coleção de livros fotográficos Photo Poche, Benoît Rivero participou de uma sabatina na quarta-feira, dia 1º de maio, no Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo. Entrevistado pelo fotógrafo Eduardo Muylaert — que disse colecionar a série como quem coleciona figurinhas de um álbum de futebol –, Rivero falou sobre a edição brasileira do Photo Poche, o Brasil, a França e a corrida presidencial entre François Hollande e Nicolas Sarkozy.

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“É bom estar num país onde todos ainda falam de socialismo”, disse, ao ser interpelado pela plateia sobre a possível eleição de Hollande, que é do Partido Socialista da França. “Creio que se Hollande ganhar teremos um novo impulso na cultura e nas artes francesas. [Robert] Delpire sempre disse que se não fosse por [François] Mitterrand não haveria Photo Poche”. Delpire foi o idealizador da série de livros de bolso (poche, em francês) fotográficos na década de 1980.

Ele ainda elogiou Mitterrand por ter impulsionado a fotografia na França, tendo criado o Centro Nacional de Fotografia, que foi extinto em 2004, no governo de Jacques Chirrac. “Acho que o Brasil precisa de uma instituição como essa. É maravilhoso estar em um museu dedicado à imagem e ao som, mas é preciso evoluir na questão acadêmica”.

Rivero lembrou também da revolução que os Photo Poche proporcionaram em sua época. “Foi algo muito arriscado. Ninguém nunca tinha pensado em fazer livros de fotografia de bolso, e livros de fotografia eram muito caros. Ter a possibilidade de comprar esses livros mudou a forma como as pessoas viam e entendiam a fotografia numa época sem internet”, disse, citando ainda uma história curiosa. “Quando Delpire fez o primeiro ‘boneco’ de um Photo Poche e o mostrou para Antoine Gallimard, um dos maiores editores da França, ele disse ‘livro de foto de bolso? Isso nunca vai dar certo”. Como se vê, todos podem errar”.

A coleção brasileira da Photo Poche foi lançada em julho de 2011, com livros dedicados à Sebastião Salgado, Henri Cartier-Bresson, Man Ray, Helmut Newton e Elliott Erwitt. A segunda leva, com Lewis Carroll, Josef Koudelka, André Kertezs, Robert Kapa e Edward Steichen já está em pré-venda no site www.editora.cosacnaify.com.br.

 


Comentários

Uma resposta para “‘É bom estar num país onde todos falam de socialismo’, afirma editor da Photo Poche”

  1. Avatar de Sérgio Filho
    Sérgio Filho

    Foi interessante, trocando idéias com o Sr. Benoit Rivero informei o próprio sobre o Centro Universitário SENAC que tem o curso acadêmico de Bacharelado em Fotografia formando profissional na área as mais de 10 anos e da parceria que minha faculdade tem com a École Nationale Supérieure de La Photographie – Arles promovendo o intercambio de alunos.

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