E não é que o Dunga montou um belo time?

Está dando gosto de ver a seleção brasileira jogar. No passeio de domingo contra a Itália, 3 a 0 foi pouco diante da superioridade do Brasil, em que o time chegou a lembrar em alguns momentos, 39 anos depois da conquista no México, aquela seleção que empolgou o mundo no tricampeonato de Pelé e cia.

A começar pelo excelente goleiro Júlio Cesar, o capitão Lúcio no melhor momento da sua carreira, comandando uma zaga que dá segurança ao time e à torcida, um meio de campo que ficou mais rápido e criativo nos pés do mineirinho Ramires, e com Kaká, Robinho e Luis Fabiano, os três tenores matadores no ataque, o Brasil montou um belo time. Como antigamente, não só ganha como joga bonito.

Quem é o principal responsável? Pois é, quase não falam mais nele agora que a seleção se reencontrou com seu melhor futebol, mas temos que fazer justiça ao técnico Dunga, tão malhado por todo mundo quando assumiu a seleção brasileira três anos atrás.

Podem reparar: quando a seleção vai mal, Dunga vai para a manchete. Mas, se tudo dá certo, como na Copa das Confederações da África do Sul, quase ninguém se lembra do técnico que devolveu a alegria e a confiança à torcida brasileira.

Ele continua ranzinza, não dá bola para jornalistas estrelados, usa aquelas roupas esquisitas, mas está sendo uma bela surpresa como maestro deste Brasil praticamente classificado para a Copa de 2010, com uma antecedência que há muito tempo não acontecia.

Sem nunca ter sido técnico de nenhum outro time antes de assumir o comando da seleção brasileira, Dunga não quer posar de grande estrategista, é econômico e rude nas palavras, não dá espetáculo na beira do campo.

Aos poucos, foi renovando o time, sem fazer muito alarde nem promover rupturas, trazendo um ou outro novo jogador para atuar ao lado dos remanescentes do fracasso de 2006 na Alemanha.

Trouxe de volta Luis Fabiano, agora o artilheiro do time, descobriu este Felipe Melo jogando não sei aonde e teve coragem de efetivar Ramires, rara e bela revelação deste ano nos campos nacionais.

A impressão que me dá é que Dunga conseguiu o mais importante para qualquer treinador: tem o grupo na mão e é respeitado pelos jogadores, manda sem querer aparecer, vai ajustando melhor o time a cada jogo.

Agora só falta achar um lateral esquerdo porque o resto do time está montado, com mais de 11 titulares podendo dar conta do recado, sem que as substituições mudem o jeito do time jogar _ um jeito fácil, de toques rápidos até o ataque, a bola correndo de pé em pé como na pintura do segundo gol de Luis Fabiano numa troca de passes em alta velocidade com Kaká.

Quem diria, quem esperava? Está na hora de batermos palmas para Dunga, que o gaúcho merece.


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