Entre vaias e gritos de “começa!”, estreou ontem, 22 de março, a 17ª edição do Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade, com a exibição do filme Tropicália, de Marcelo Machado. O filme, que estava marcado para começar às 21h30, atrasou em mais de uma hora, o que levou o público a recepcionar Machado e o diretor do festival, Amir Labaki, com muxoxos.
Visivelmente constrangido, Machado falou pouco. “Agradeço muito aos organizadores do festival e a toda esta equipe fantástica. Obrigado”. Já Labaki enfrentou a fúria dos espectadores, agradeceu demoradamente aos patrocinadores do evento, e dedicou esta edição do festival ao crítico de cinema Leon Cakoff, que morreu em outubro do ano passado.
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Acabada a espera, Tropicália mostrou ao público uma bela coleção de imagens sobre o movimento cultural e artístico de mesmo nome, que subverteu a contracultura brasileira no final da década de 1960, incluindo trechos dos festivais de música que marcaram a época. Infelizmente alguns destes momentos perdem sua força pela insistência em colocar os depoimentos dos artistas em off junto do áudio de suas atuações na época, o que serviu para dispersar o espectador.
Dividido em três atos, correspondentes aos anos de 1967, 1968 e 1969, o filme passa de raspão pelas artes plásticas, com Hélio Oiticica, e pelo cinema, com Glauber Rocha e trechos de seus filmes Terra em Transe (1967) e Câncer (1972), além de Jorge Mautner. Este último, aliás, é foco do documentário da estreia carioca do festival, que acontece nesta sexta-feira, em Jorge Mautner – Filho do Holocausto, de Pedro Bial e Heitor D’Alincourt.
O grande fio condutor de Tropicália é mesmo a música, com especial reverência aos baianos Caetano Veloso e Gilberto Gil. Além dos dois, o documentário conta com entrevistas inéditas dos irmãos Arnaldo e Sérgio Baptista e de Tom Zé, impecável no papel que assumiu para ele mesmo, e hilariante ao tentar explicar o porquê de Caetano ser o profeta da segunda revolução industrial.
Em sua 17ª edição, o festival traz ao país mais de 80 filmes, de 26 nacionalidades diferentes. A mostra fica em cartaz em São Paulo e no Rio de Janeiro até o dia o dia primeiro de abril, e depois vai para Brasília, onde fica entre os dias 10 e 15 de abril. A entrada é franca.
Serviço São Paulo
O que: Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade
Onde: Cinecesc (R. Augusta, 2075), Centro Cultural Banco do Brasil (R. Álvares Penteado, 122), Cinemateca Brasileira (Largo Senador Raul Cardoso, 207), Museu da Imagem e do Som (Avenida Europa, 158)
Serviço Rio de Janeiro
O que: Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade
Onde: Espaço Itaú de Cinema (Praia de Botafogo, 316), Centro Cultural Banco do Brasil (R. Primeiro de Março, 66), Instituto Moreira Salles (R. Marquês de São Vicente, 476), Oi Futuro Ipanema (R. Visconde de Pirajá, 54), Espaço Museu da República (R. do Catete, 153)
Serviço Brasília
O que: Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade
Onde: Centro Cultural Branco do Brasil (CCBB), SCES, trecho 2, lote 22
Mais informações no site oficial do evento: http://www.itsalltrue.com.br/
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