Ebola matou mais de 2200 pessoas na África, segundo OMS

Foto: EC/ECHO
Foto: EC/ECHO

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta sexta-feira (12) que 2218 pessoas morreram contaminadas pelo vírus ebola desde o final de dezembro de 2013 até o dia 7 de setembro nos três países da África Ocidental mais afetados pela doença: Serra Leoa, Guiné-Conacri e Libéria. Se levar em conta as mortes na Nigéria (oito) e na República Democrática do Congo (35, de acordo com outro balanço da entidade), na África Central, o número sobe para 2.261 pessoas mortas pelo vírus.

A Libéria ainda é o país mais afetado pelo surto, com 1137 mortes, seguido por Guiné-Conacri, com 557 e Serra Leoa, com 524. Na Libéria se concentra também o maior número de casos: 2.081. Serra Leoa registrou 1.424 doentes no período e Guiné ficou com 861. No total, foram contados 4.366 casos de ebola na África Ocidental. Na Nigéria, há outros 24 doentes relatados pela instituição e na RDC chegou a 62.

Ainda segundo a OMS, dentro destes números estão 144 profissionais de medicina, entre médicos, enfermeiros e higienistas, que também morreram de ebola. A maior parte deles também estavam trabalhando na Libéria, em cidades como Lofa, onde há um dos hospitais especializados na doença, o Phebe Hospital, e na capital Monróvia, um dos principais epicentros do vírus. No país foram registrados 81 óbitos, com 31 em Serra Leoa e 27 em Guiné-Conacri.

Os dados, no entanto, sugerem interpretações, porque a OMS soma, em seus relatórios, tanto os casos confirmados como os prováveis e os suspeitos, para informar os números de mortos e de casos. Se for considerado apenas os óbitos confirmados como provenientes de ebola, foram contabilizados 498 na Libéria, 478 em Serra Leoa, 403 em Guiné-Conacri, nove na República Democrática do Congo e sete na Nigéria. Assim, o número de mortes confirmadas pela doença, desconsiderando suspeitos ou prováveis, cai para 1.395 (veja tabela abaixo).

“Não foi observada nenhuma diminuição na epidemia do ebola nos três países considerados de transmissão intensa (Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa), com aumento de casos na Libéria que geram uma especial preocupação. A transmissão segue contínua em áreas urbanas, com um número acentuado na capital liberiana, Monróvia”, diz um trecho do balanço da OMS que você pode acessar aqui. A organização ainda informou que a epidemia de ebola – a maior fatal da história – chegou a sua trigésima sexta semana de intensidade.

Na tentativa de isolar a doença na região afetada, a OMS enviou uma pesquisa sobre as estruturas de combate ao ebola para 41 países do continente que fazem parte do conselho da entidade. Moçambique foi o único que ainda não respondeu as solicitações da agência da ONU. A avaliação tirada da pesquisa mostra que boa parte dos países da região não estão preparados para receber possíveis infectados: apenas 14 deles possuem instalações que poderiam funcionar como locais de isolamento para contaminados pelo ebola e 12 admitem que já têm um protocolo em vigor em áreas de entrada, como aeroportos, portos e fronteiras terrestres.

Ebola na África Central

O relatório divulgado nesta terça-feira (12) complementa outro documento publicado pela OMS no início da semana, tratando especialmente da presença do ebola na República Democrática do Congo, um dos maiores países da África Central no quesito território. Somando casos confirmados, prováveis e suspeitos, são 62 doentes no país e 35 mortes (nove confirmadas e 26 prováveis). Segundo a entidade, os casos se concentram na cidade de Jeera, cerca de 1500 quilômetros da capital Mbuji-Mayi.

Uma equipe internacional de profissionais de medicina começaram a trabalhar nas cidades de Watsi Kengo, Lokolia, Boende e Boende Muke nesta semana. O governo também instalou tendas de tratamento para doentes em algumas regiões do país e já se reuniu com autoridades da ONU para tratar da chegada da doença ao território congolês. A República Democrática do Congo (antigo Zaire) é o local onde foi descoberto o vírus, em 1976, nas margens do rio Ebola, que dá nome ao vírus.

Médicos cubanos

O governo cubano anunciou nesta sexta-feira que vai enviar 165 profissionais de medicina – entre médicos, enfermeiros, infectologistas, especialistas em terapia intensiva e agentes de mobilização social – para a região do surto do ebola, na África Ocidental. Os cubanos ficarão alocados em Serra Leoa, ainda sem cidade definida, mas provavelmente em Kenema, onde equipes internacionais estão trabalhando desde o início do ano.

“Estou muito grata pela generosidade de Cuba e dos profissionais de saúde do país, porque eles estão fazendo a parte deles para nos ajudar no controle do maior surto de ebola que conhecemos. Eles vão fazer uma diferença significativa em Serra Leoa”, agradeceu a diretora-geral da OMS, a canadense Margareth Chan. “Cuba é mundialmente famosa por sua capacidade de formação de médicos e pela generosidade em ajudar outros países”, completou.

Os cubanos – 62 médicos e 103 enfermeiros – chegarão na África na primeira semana de outubro e devem ficar por seis meses na região.


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