Ele não era, mas não estava nem aí!

Queridos, esse foi um homem fantástico! Quem não se lembra de Cary Grant, o ator maravilhoso, elegantérrimo, par de Grace Kelly em Ladrão de Casaca? Era bonitão, foi o paradigma masculino de mais de uma geração de homens mundo afora e era heterossexual. Sua filha, Jennifer, acaba de lançar um livro contando sua própria história, e relata que o pai nunca foi gay, o que, para mim, não soa como nenhuma surpresa, nunca li nada que o trouxesse para o meu sindicato (eu adoraria!), e olhe que a imprensa sempre foi venenosa, para dizer o mínimo. Além de confirmar a masculinidade do pai, ela afirma que ele achava as especulações acerca de sua própria sexualidade positivas, pois isso atraía ainda mais mulheres, que sempre queriam provar o contrário. Bárbaro, vejam vocês que exemplo, mesmo nos dia de hoje, quando atores lutam por manter as aparências, com medo de terem suas carreiras destruídas. Ricky Martin e George Michael mostram que entre músicos a coisa é diferente, mas Gilberto Braga, que entende muito sobre o assunto, defende aqueles que não saem do armário, entende que isso, de fato, os prejudicaria. Os tempos mudam, os medos não.

Naquela época, aqueles que eram homossexuais contratavam exércitos de assessores para esconder suas vidas, casavam-se para manter as aparências, não se podia sair do armário. O caso mais célebre, acho eu, foi o de Rock Hudson, que também era um paradigma de beleza e comportamento, mas tudo era um jogo de aparências magnificamente trabalhado, pois ele era gay e gozou a vida como pôde, até ser retirado do armário pela aids, circunstância que enfrentou com toda a dignidade antes de morrer. Sobre Marlon Brando eu já falei, ele catou um ou outro bonitão, foi negado por nenhum biógrafo, mas isso ficou na conta da aventura sexual, pois ele era hétero mesmo, além de lindo, e excelente ator. Há poucos dias falei dele, vivendo exatamente um homossexual reprimido, que sofria casado com Liz Taylor no filme Reflexions in a Golden Eye, filme imperdível. Brando não tinha medo das especulações, Cary Grant até gostava, mas outros sofriam com o assunto, e muitos sofrem até hoje. A vida é assim, para todos os homens, nos esportes é pior, já cansamos de falar do medo dos esportistas. Quando será que isso vai realmente mudar? Conseguiremos? Para isso escreve e reza o Cavalcanti.


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