Hoje é aniversário de Oscar Wilde, 155 aninhos de idade, é obrigatório lembrar e celebrar. O centenário de sua morte foi em 30 de novembro de 2000, mas eu prefiro celebrar os aniversários. Wilde é obrigatório para gays e héteros, pois foi um dos mais brilhantes escritores da língua inglesa no século XIX, deixou várias peças de teatro maravilhosas, poemas, diversos textos, e o imortal romance O Retrato de Dorian Gray, que ainda hoje está no currículo de quase todas as escolas do mundo. A literatura é o grande legado dele, de seus escritos se tiram frases e citações que enchem livros inteiros, e suas peças de teatro são montadas e filmadas com grande sucesso até hoje. O filme Wilde, de 1997, com Stephen Fry e (delícia!) Jude Law, mostra boa parte de sua vida, é absolutamente necessário para quem quer entender um pouco mais sobre esta figura mitológica, e tem cenas para lá de calientes entre os dois. Vale muito a pena!
Para mim, o principal neste post é dizer que Wilde foi o inventor das bichas modernas, vale dizer, dos gays dos séculos XX e XXI. Lógico que havia bibas antes, mas ninguém, antes dele, se comportou publicamente como gay, estabeleceu certos padrões de comportamento, quebrou paradigmas, e enfrentou tabus, abrindo caminho para todas nós no século seguinte. Casado com uma mulher, só tarde ele encostou a mão em um homem pela primeira vez, mas não perdeu tempo, e saiu aprontando todas. Teve alguns amantes sérios, homens de cultura e gabarito, mas também caiu matando nos bares de cais de porto, onde garotos fortões, marinheiros, e estivadores, faziam “serviço extra” prostituindo-se. A encrenca veio quando se apaixonou por um nobre de verdade, Lord Alfred Douglas, filho do Marquês de Queensberry, vários anos mais novo. Ser amante de nobre era outra história! Autor de inúmeras peças de sucesso no teatro, figura de destaque na sociedade, Wilde era uma celebridade, chamava atenção. Os dois desfilavam pela sociedade londrina sem fazer muito esforço para esconder o romance, o que logo provocou uma fofocalhada daquelas. Resumindo a questão, o pai de “Lord Douglas” e Wilde acabaram se atracando nos tribunais londrinos, e quem saiu perdendo foi o escritor, pois sua vida escandalosa foi exposta aos jurados, e eles obviamente não suportaram ouvir tudo aquilo que, hoje, nós teríamos adorado! Wilde ficou preso por dois anos, condenado a trabalhos forçados, e morreu em Paris poucos anos depois. Quando morreu, contudo, continuava a aprontar as suas, com garotos sem dinheiro e “muito gentis, que trabalhavam” na noite parisiense. Vale ler a página sobre ele na Wikipedia, e ver o filme!
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