Em 2011, perguntado sobre qual nota dava à sua gestão, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) respondeu, sem titubear: “Dez com louvor”. Nesta semana, a última de seu governo, foi um pouco mais humilde: “Caberá, ao longo do tempo, à própria cidade se manifestar em relação ao trabalho realizado.”
De fato, nem os dados divulgados pelo próprio prefeito permitem uma avaliação tão otimista neste fim de 2012. Kassab afirmou, nesta quarta-feira, dia 26, que 55% das metas da gestão foram totalmente concluídas. Outras 20% estariam em andamento, e os 25% restantes nem saíram do papel.
Alguns exemplos das metas não cumpridas são a construção de três novos hospitais, dois novos teatros e de 66 km de corredores de ônibus na cidade. Entre as cumpridas estão a ampliação de dez unidades das AMAs e a implantação da jornada de sete horas nas escolas municipais.
Avaliação enganosa
Para membros da ONG Rede Nossa São Paulo, que estipula as metas no começo de cada gestão (com aprovação e assinatura do prefeito), a situação é ainda pior, e o índice de eficácia usado por Kassab é uma “enganação”. Poucas semanas atrás, a ONG divulgou um balanço dizendo que o prefeito não cumpriu 56% das 223 metas estabelecidas (com problemas principalmente nas áreas de saúde, transporte e mobilidade urbana).
O novo prefeito eleito, Fernando Haddad (PT), terá 90 dias para apresentar seu plano de metas, que deve incluir as promessas de campanha. Após o prazo, audiências públicas serão realizadas para concluir a versão final do documento, que se torna uma espécie de carta de compromisso da gestão.
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