O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, concede nesta manhã uma entrevista a internautas na página do Portal Brasil no Facebook. Sobre o futuro do mercado de trabalho no País, Levy afirmou que é relevante se pensar o que vai acontecer daqui a alguns anos e não no próximo mês. O ministro disse esperar que, em quatro anos, o Brasil esteja mais competitivo, com maior presença no cenário global e melhores empregos. Para tanto, ele disse que primeiro vai arrumar as contas do governo. Além disso, estimulará a concorrência.
“É importante porque quanto mais firmas estão disputando um mercado, você tem mais opções na hora de comprar e as firmas têm de ser mais eficientes, mais capazes. Aí, você vai poder comprar mais barato. Daí que toda a economia fica mais eficiente, mais competitiva e dá para, inclusive, conquistar mercados lá fora. Esse Brasil batalhador é o que a gente pode esperar para crescer e ter mais emprego de qualidade.”
Inflação
A respeito da inflação, Levy disse que, apesar de todos os desafios, o IPCA de 2014 ficou dentro do combinado: foi de 6,41%, abaixo do máximo de 6,5%, que é o teto. “Agora, em janeiro, realmente a inflação deve ser um pouco mais alta do que em alguns meses do ano passado. Em parte, é porque, janeiro e fevereiro são meses em que, todo ano, tem mais reajustes, como de escola, IPTU, ônibus etc.”
Além disso, para a economia voltar a crescer, afirmou, o País tem de fazer arrumações e isso pode mexer em alguns preços. Os economistas chamam isso de mudança nos preços relativos e ela é importante para acomodar a economia em um novo caminho de crescimento.
“Mas o mais importante é que o Banco Central, que é o guardião do valor do teu dinheiro, está atento e vai continuar cuidando para que a inflação esteja no caminho de não só ficar abaixo do teto até o final de 2015, mas também para voltar para o objetivo de não passar de 4,5% em 2016. “Para a gente segurar a inflação, é preciso que o governo não gaste demais. Se a gente fizer isso agora, vamos poder ter a inflação caindo no ano que vem.”
Chicago Boy
A um internauta que perguntou se o ministro Joaquim Levy se considerava um Chicago Boy, ele achou divertido. “Isso é uma história da década de 70, quando alguns economistas da Universidade de Chicago, que é uma das melhores do mundo, fizeram algumas reformas. Algumas dessas reformas deram muito certo, outras nem tanto.”
Para Levy, nem o pensamento dessa escola é tão único assim, nem tem algo de especial em algumas medidas darem mais certo ou não. E muita coisa mudou desde aquela época. “Mas essa Universidade tinha um professor que dizia uma frase que ficou muito conhecida, e que a gente sabe que tem seu grão de verdade: ‘Ninguém come realmente de graça’. A gente sabe que, quando alguém passeia ou faz alguma coisa sem pagar, outra pessoa está pagando. Então, essa frase é importante para quem está no governo.
Tudo que o governo dá é pago pelo contribuinte. Então, a gente tem de ter muito cuidado em como usa o dinheiro, para garantir que as pessoas certas, às quais a lei dá o direito, serem as que receberão os benefícios que precisam.” Para ele, boas ideias em economia vêm de vários lugares, e o governo tem de estar sempre atento para analisar e adotar as melhores.
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