Em reunião com médicos, papa critica aborto e eutanásia

Papa Francisco - Foto: Jeon Han/Fotos Públicas
Papa Francisco – Foto: Jeon Han/Fotos Públicas

O papa Francisco criticou neste sábado (15) as práticas de aborto, eutanásia e fecundação artificial, dizendo que as técnicas geram uma “falsa compaixão”. “O pensamento dominante propõe uma ‘falsa compaixão’, que acredita que o aborto seja uma forma de ajuda a uma mulher, ou que a eutanásia é um ato de dignidade, ou ainda que é uma conquista científica produzir um filho por direito, em vez de recebê-lo como um ‘dom divino’”, afirmou Francisco, em uma audiência com médicos católicos, no Vaticano.

Segundo o papa, devem ser rechaçadas todas as técnicas que usam “a vida humana como cobaia de laboratório para salvar, presumidamente, outras vidas”.

Francisco defendeu que “a vida humana é sempre sagrada e de qualidade”. “Não existe uma vida humana mais sagrada que outra, como não existe vida humana qualitativamente mais significativa que outra”, disse. “As conquistas da ciência e da medicina podem contribuir para o melhoramento da vida humana à medida em que não se distanciam das raízes éticas de tais disciplinas. “Fiquem atentos: fazer experimentos com vidas, brincar com vidas, é um pecado contra Deus, o Criador”, afirmou.

Apesar de reconhecer as contribuições dos avanços da ciência e da medicina, o papa afirmou que ainda não há cura para certos tipos de males, como o sofrimento. “Não há dúvidas que, nos tempos de hoje, graças ao progressos cietíficos e técnicos, foram notavelmente aumentadas as possibilidades de cura física. Porém, em alguns aspectos, parece diminuir a capacidade de curar pessoas que são tristes, frágeis e indefesas”, disse.

Os médicos, por sua vez, verbalizaram ao papa as “dificuldades” para respeitar as leis que “contrastam” com a consciência de sempre proteger a vida. No início do mês, o Vaticano condenou o suicídio assistido da jovem norte-americana Brittany Maynard, de 29 anos, que sofria de um câncer no cérebro. À Ansa, o líder da Pontifícia Academia para a Vida, monsenhor Ignacio Carrasco de Paula, afirmou que a decisão de colocar um fim à própria vida é um “absurdo”.

 

 


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