O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, embaixador Tovar da Silva Nunes, disse nesta quarta-feira, dia 23, que a embaixada do país no Mali (África) será mantida em funcionamento. Segundo ele, até o momento, não há orientações para o fechamento da unidade. A iniciativa brasileira vai de encontro às decisões tomadas por vários governos, como o do Japão, que anunciou o fechamento temporário da sua representação diplomática no Mali.
Ao mesmo tempo, as autoridades brasileiras defendem a busca por um acordo negociado entre as forças oficiais do Mali e os grupos extremistas, que atuam principalmente no Norte do país. Para as autoridades, as ações ofensivas contra o terrorismo têm mostrado poucos efeitos positivos. O governo brasileiro também está preocupado com a preservação dos direitos humanos na região.
A crise no Mali se agravou nos últimos dias, mas ela ocorre desde 2011. Ao fazer fronteira com oito países, o Mali está entre os mais pobres da região. Dos cerca de 12 milhões de habitantes, mais da metade vive abaixo da linha da pobreza. Incertezas políticas e histórico de golpes de Estado fazem parte do cotidiano do Mali. No próximo dia 29, a União Africana (que reúne 52 nações) debate a crise no país.
Os grupos extremistas islâmicos, que representam três comandos distintos, ocupam o Norte do Mali, enquanto o governo tem o controle do Sul do país. A população se queixa da insegurança e das pressões dos extremistas que usam a sharia (aplicação dos preceitos islâmicos no cotidiano).
Os grupos extremistas que atuam o Norte do Mali são: Al Qaeda do Magrebe Islâmico (Aqmi), Ansar Dine Movimento para a Unidade e Jihad no Oeste Africano (Mujao). Em decorrência dos confrontos entre os extremistas e as forças do governo, o número de refugiados aumenta diariamente, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
Um boletim, da semana passada, informou que o número de refugiados do Mali para os países vizinhos em busca de abrigo e segurança chega a 150 mil. Mas o Escritório de Coordenação dos Assuntos Humanitários (Ocha) acrescentou que há cerca de 230 mil cidadãos deslocados dentro do Mali.
O Mali é o sétimo maior país do continente africano em extensão e um dos mais populosos da região, cercado por sete países – Argélia, Níger, Mauritânia e Senegal, além da Costa do Marfim, de Guiné e de Burkina Faso.
Agência Brasil
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