Empresas reclamam, e governo quer restringir facilidades para importar

Os clientes de sites estrangeiros devem ser onerados com um imposto sobre pequenas transações - Foto: Marcos Santos/USP imagens
Os clientes de sites estrangeiros devem ser onerados com um imposto sobre pequenas transações – Foto: Marcos Santos/USP imagens
O governo federal prepara medidas para restringir as compras em sites internacionais, como o chinês Alibaba e o norte-americano Amazon, informa o jornal Folha de S.Paulo. Hoje, as encomendas de até US$ 50 entram no país sem pagar imposto. As empresas brasileiras de comércio eletrônico reclamaram ao governo da facilidade com que os sites estrangeiros enviam seus produtos a consumidores brasileiros.

A ideia do governo é enterrar essa regra, taxando todos os tipos de remessa, ou adotar um valor apenas simbólico para a isenção. A iniciativa foi debatida pelos ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Marcos Pereira (Indústria) nesta quinta-feira (28) e é bem vista pela equipe econômica, que promete definir em breve as mudanças.

A medida contraria o discurso neoliberal adotado pelo presidente Michel Temer durante a campanha pelo impeachment, de abrir a economia nacional ao capital estrangeiro. Em seu programa “Uma ponte para o futuro”, o PMDB pregava “maior abertura comercial e busca de acordos regionais de comércio em todas as áreas econômicas relevantes – Estados Unidos, União Europeia e Ásia – com ou sem a companhia do Mercosul”.

Essa retórica serviu para atrair apoio da classe média para o impeachment, mas não vem sendo colocada em prática. Nesta semana, cumprindo um acordo com os senadores, Temer vetou a possibilidade que os investidores estrangeiros possam controlar até 100% do capital das companhias aéreas brasileiras. A participação ficou limitada a 20%.


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