O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, venceu já no primeiro turno as eleições presidenciais realizadas neste domingo (10), com 52,1% por cento dos votos. Cerca de 99% dos votos já foram apurados, noticiaram emissoras de televisão turcas.
O seu adversário mais próximo e principal candidato da oposição, Ekmeleddin Ihsanoglu, obteve 38,9% dos votos e o da minoria curda, Selahattin Demirtas, 9,2%, segundo as mesmas fontes. Se a vitória por maioria absoluta se confirmar, Erdogan conquista a Presidência da Turquia, sem a necessidade de realização do segundo turno, agendado para 24 de agosto.
Ao tomar conhecimento doss resultados ainda preliminares, Erdogan dirigiu-se para a histórica mesquita Eyüp Sultan, em Istambul, para rezar, como faziam os sultões otomanos antes de subirem ao trono, “agradeço a todos aqueles que trabalharam para este resultado”, declarou o novo chefe de Estado eleito a centenas de apoiadores concentrados em frente à mesquita.
“Vamos elevar o nível da nossa democracia e continuar na via do processo de paz” para uma resolução do conflito curdo, acrescentou, em uma curta declaração transmitida por emissoras turcas.
Erdogan confirmou que fará um pronunciamento em algumas horas, em Ancara, a partir da varanda da sede do seu partido político, o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), quando forem anunciados os “resultados finais” da primeira eleição presidencial realizadas no país por sufrágio universal direto.
Mesmo antes da sua vitória, Erdogan não escondeu que desejava manter o controle do Executivo e reforçar os poderes presidenciais, até agora largamente honoríficos.
Para proceder a essa reforma, é necessária uma revisão constitucional, que só será possível com a vitória, por uma boa margem, do AKP nas eleições legislativas de 2015, já que as emendas constitucionais precisam da aprovação de dois terços do Parlamento turco.
Até agora, Erdogan tinha prometido uma “presidência ativa”, utilizando todas as funções do cargo, como a possibilidade de convocar e presidir reuniões do Conselho de ministros.
Elogiado pelo seu carisma e criticado por seus modos intempestivos, o homem forte da Turquia junta-se, com a vitória, ao fundador da República moderna e laica, Mustafa Kemal Atatürk, no rol dos dirigentes mais emblemáticos do país.
Na liderança do Governo turco nos últimos 11 anos, Erdogan anunciou sua intenção de continuar no poder pelo menos até 2023, quando se comemora o centenário da fundação da República Turca, e com o país – prometeu – no clube das dez maiores economias do planeta.
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