Deputada federal pelo PSB, Luiza Erundina reafirmou seu apoio à candidatura de Fernando Haddad na disputa eleitoral pela prefeitura de São Paulo. Segundo Erundina, Haddad é “o melhor candidato” entre os cotados para disputar o pleito.
“Não estou negando meu apoio a um projeto que sem dúvida nenhuma é o melhor (…) Nos reposicionamos após isso. Depende de como isso vai se dar, mas vamos ficar na rua”, disse Erundina em entrevista ao site da revista Fórum.
Apesar de mostrar apoio ao candidato petista, Erundina relembrou o episódio da união do partido com seu rival histórico, Paulo Maluf (PP). Questionada se ficou irritada com a foto de Lula, Haddad e Maluf na mansão do ex-governador, Erundina disse: “mais do que me irritou, me agrediu”.
“Aquela imagem com o Maluf, o Lula afagando o Haddad nos jardins daquela mansão, como se tudo fosse a mesma coisa e não é, não é a mesma coisa. Na primeira informação [aliança entre PT e PP] eu não tive possibilidade de avaliar se isso seria bom ou não. Mas eu sei distinguir os grupos e os meios”, disse a deputada, que abandonou a posição de vice na chapa do candidato tucano ao se inteirar da visita de Lula e Haddad à casa de Maluf.
Na entrevista, que contou com participação de leitores via redes sociais, Erundina foi questionada sobre o apoio que recebeu de seu ex-rival Orestes Quércia durante as eleições de 1988. Em defesa, a deputada negou semelhanças entre as situações. “Eu não comparo Quércia a Maluf. O Quércia foi perseguido, o Maluf foi artífice, foi um dos atores principais que mantiveram o golpe, que atrasaram a democracia no País. Não dá pra comparar”, afirmou.
Luiza Erundina também aproveitou para criticar a gestão do atual prefeito Gilberto Kassab, que desistiu de tentar a reeleição para apoiar o candidato José Serra, do PSDB. Segundo Erundina, as ações realizadas por Kassab na cracolândia, reduto de usuários de drogas no centro de São Paulo, foram parte de uma “política higienista” apontada como “repugnante e não eficaz”.
“Tem um viaduto perto da onde eu moro e a população da rua ocupa o viaduto pela manhã, desaparecem e voltam à noite. Isso é danoso ao cidadão e fica aquela coisa de gato e rato. Eles se escondem em algum buraco enquanto os guardas estão por lá, e depois voltam. Isso é inaceitável em uma cidade como São Paulo. Isso não é de interesse [de Kassab], temos que negar qualquer apoio a essa política e reverter esse quadro, oferecer possibilidades a essas pessoas”, disse.
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