Mais de 560 escritores de 81 países condenaram a espionagem em massa na internet e pediram às Nações Unidas (ONU) a adoção de uma convenção sobre o tema em manifesto publicado hoje, dia 10. Os autores do documento fazem um apelo à organização para que o reconhecimento da proteção dos direitos civis na internet seja uma prioridade.
O escritor búlgaro Iliya Troyanov, líder do manifesto intitulado “Escritores contra a Vigilância em Massa” (Writers Against Mass Surveillance, em inglês) comunicou que o movimento tem como objetivo alertar para uma nova forma de repressão.
Entre os 562 autores que aderiram ao texto estão os ganhadores do Nobel de Literatura Orhan Pamuk, J.M. Coetzee, Elfriede Jelinek, Günter Grass e Thomas Transtroemer. Nomes como Umberto Eco, David Maluf, Don DeLillo, Richard Ford, David Grossman, Arundhati Roy e José Eduardo Agualusa também assinam o manifesto.
“Com alguns cliques de um mouse, o Estado pode ter acesso aos seus computadores, aos seus e-mails, aos perfis nas redes sociais e aos sistemas de busca na internet. Uma pessoa que é espionada já não é livre. Uma sociedade que é espionada já não é uma democracia”, explicam os signatários.
Para eles, a espionagem em massa considera todo o cidadão um suspeito potencial, o que contradiz a presunção da inocência.
O manifesto dos escritores foi publicado gratuitamente nesta terça-feira por 30 jornais de 30 países. Nenhuma das publicações, no entanto, o correu nos Estados Unidos – país que mais pratica espionagem, de acordo com o ex-consultor contratado para prestar serviços à Agência de Segurança Nacional (NSA), Edward Snowden.
O documento dos autores foi divulgado um dia depois do apelo lançado por oito empresas da internet – entre as quais Facebook, Twitter, Google, Apple e Microsoft – ao presidente norte-americano, Barack Obama para que as práticas de vigilância do país sejam reguladas.
Com a publicação do manifesto, aberto à adesão, os escritores pretendem, segundo Troyanov, romper o pessimismo e a resignação que fez com que, até agora, a opinião pública não tenha reagido de maneira mais contundente às revelações sobre espionagem em massa.
(Com informações da Agência Brasil)
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