Foto divulgação
Foi aberta na última semana na Galeria Estação, em São Paulo, a mostra Zé do Chalé: Escultor do Vazio. Com curadoria de Cauê Alves, a exposição reúne 25 esculturas de madeira ou “troféus” como o artista sergipano, que faleceu, aos 105 anos, em 2008, as chamava. As obras traçam um panorama da instigante produção de Zé do Chalé – grande parte dela expressa em miniaturas de igrejas, capelas e símbolos, como cruzes, estrelas, pássaros e corações.
Para o curador Cauê Alves, especialista em arte contemporânea, o fato de lidar com um artista geralmente seccionado como representante de uma cultura popular é reducionismo, pois a fronteira entre o erudito e o popular é cada vez mais tênue. “Zé do Chalé também pode ser compreendido como um artista contemporâneo, no sentido temporal do termo e também devido a sua atuação livre de amarras com a tradição”, defende Alves.
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Autodidata, Zé do Chalé costumava dizer que suas criações eram incumbências divinas, pois havia recebido de Deus o dom de esculpir e, portanto, as imagens que produzia sequer careciam de desenhos prévios, pois estava “tudo” em sua cabeça. “Sua religiosidade estava atravessada por um sincretismo das tradições e simbologias indígenas e católicas, numa mescla incrível entre o sagrado e o profano”, esclarece o curador.
Para a colecionadora Vilma Eid, fundadora da Galeria Estação, o inusitado encontro entre o universo do artista sergipano e uma curadoria aparentemente divergente, simboliza um avanço para a ruptura de paradigmas. “A admiração do Cauê Alves pela obra do Zé do Chalé foi imediata, e com o convite para que fosse ele o curador continuamos nosso movimento, permanente, em busca da aceitação de que a arte não tem fronteiras.”
ARTE!Brasileiros esteve na abertura da mostra, que segue em cartaz até 30 de maio.
Zé do Chalé: Escultor do Vazio
Galeria Estação
Rua Ferreira Araújo, 625 – Pinheiros – São Paulo
De segunda a sexta, das 11h às 19h. Aos sábados, das 11h às 15h.
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