No mês da mobilidade, a edição 74 da Brasileiros, que já está nas bancas, traz um especial sobre bicicletas, com perfis, reportagens e análises, com o intuito de refletir, debater e promover ações para melhorar a mobilidade urbana (leia aqui a apresentação). Durante a semana, publicamos pequenos casos sobre duas rodas. As personagens de hoje são Aline Cavalcante e Selma Orosco:
Bar e bicicletaria
Aline Cavalcante, vinda de Aracaju, quando chegou a São Paulo sentiu medo de dirigir na cidade. Como também não tinha coragem de pedalar por aí, recebeu dicas de um bike anjo (grupo de ciclistas que, desde 2010, ajuda pessoas a andarem de bicicleta com segurança: bikeanjo.com.br). “Descobri que é mais rápido, fácil e bonito.” Não só isso. Hoje, Aline é sócia, entre sete, do Las Magrelas e do Gangorra, que funcionam em um sobrado no charmoso bairro de Vila Madalena. No primeiro andar da casa, funcionam bar e bicicletaria. O segundo é um espaço de coworking – profissionais que compartilham o mesmo espaço físico, embora em diferentes áreas de atuação, só que com o objetivo comum de melhorar a qualidade de vida em São Paulo. Toda a mobília é feita em materiais reaproveitados e reciclados, como latas de tinta e garrafas PET.
No contrafluxo
Selma Orosco, 39 anos, percorre todos os dias 22 km sobre duas rodas, indo do Jardim da Saúde, onde mora, até a Avenida Juscelino Kubitschek, onde trabalha, e vice-versa. “Antes, eu gastava uma hora e meia para fazer esse trajeto de carro. De bicicleta, faço em 40 minutos.” A diferença compensa. Pedala entre carros e ônibus, mas em alguns trechos consegue pedalar por ciclovias, que é bem sossegado, ela garante. No entanto, Selma já enfrentou problemas com motoristas. “Tem gente que xinga, avança. Mas esse comportamento começa a mudar, ainda bem.” Além do tempo que economizou, o que mais a incentivou a deixar o carro na garagem foi a melhoria em sua qualidade de vida. Ela salienta: “Os ciclistas não vão resolver o problema do trânsito, mas a gente faz uma contribuição importante. Nem sempre cabem mais ciclofaixas na cidade. É realmente uma questão de convivência. Quanto mais pessoas andando de bicicleta e transporte público, melhor”.
Assista também a videorreportagem de Camila Picolo:
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