Paulo Coelho é uma unanimidade.
O escritor nascido no Rio de Janeiro é desprezado, é ridicularizado e é execrado.
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Pelos menos na mídia brasileira. São raros os jornalistas daqui que falam bem dele. Isso, porém, não impede que ele continue a fazer sucesso e não diminui a quantidade de livros que vende. Aqui no Brasil e no resto do mundo.
Hoje já são mais de 100 milhões. O Alquimista vendeu 30 milhões de exemplares, Onze Minutos, lançado em 2003, fez dele o maior vendedor de livros no mundo todo naquele ano. Mais que Shakespeare. É desnecessário ler Paulo Coelho ou, se ler, gostar de seus livros. Mas é impossível negar o sucesso que ele faz. E também não é possível desrespeitar esse sucesso. Tom Jobim já havia percebido que o sucesso de um conterrâneo é uma espécie de ofensa para os brasileiros. O que há de mau em gostar de Paulo Coelho? Já foi dito por aqui que o Brasil precisa gostar mais do Brasil.
Quando Brasileiros estava em processo de gestação, antes ainda de ter seu número zero lançado, lembro de uma conversa com Nirlando Beirão sobre o que seria e o que não seria essa revista. Falamos que ela não seria nem arrogante nem preconceituosa. E, com humor, dissemos que em algum lugar dela iríamos escrever algo como: “Essa revista não tem nada contra Paulo Coelho”.
Umberto Eco, semiólogo italiano, não gosta de O Alquimista. Segundo ele, aquele é um livro para quem tem fé, o que não é seu caso. Ele diz que Paulo Coelho escreve para crentes, enquanto ele escreve para os que não crêem. Mas Umberto Eco, escritor admirado pela imprensa do mundo todo, inclusive do Brasil, diz que outro livro de Paulo Coelho, Veronika Decide Morrer, o tocou profundamente. Ele é o seu favorito.
Por tudo isso, já era hora de haver uma biografia que explicasse quem é Paulo Coelho. O escolhido para produzi-la foi o jornalista Fernando Morais, escritor e autor de livros antológicos como Olga e Chatô. Fernando, autor de O Mago, a recém-lançada biografia de Paulo Coelho que lhe custou quase quatro anos de trabalho, alguns quilos a mais e uma hipertensão, conversou com Marta Góes sobre seus tormentos para produzi-la.
A propósito, depois de ler as provas do livro O Mago, Marta Góes, brilhante jornalista, escritora e dramaturga, se declarou a mais recente fã de Paulo Coelho.
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