Queridos, completei 44 anos de idade no último domingo, e hoje esse blog faz um aninho de vida – estamos todos de parabéns, quero celebrar. Começo dando os parabéns a todos os colegas da redação da Brasileiros, meu editor Fernando Figueiredo Mello, coautor de vários posts, Coil, nosso mágico cibertécnico, Lilian Brazão, que está conseguindo me ensinar português, e Patrícia Rousseaux e Hélio Campos Mello, que acreditaram mais em mim do que a responsabilidade recomendaria. Foram 294 posts, além de 4.391 comentários e pingbacks. Muitos leitores me emocionaram por se manterem fiéis, se fazendo sempre presentes. Dei uma lida no post de um ano atrás, o Brasileiros Cheguei, e acho que eu consegui, sim, manter o projeto inicial. Mostrei menos homens sem camisa do que imaginava, e mostrei uma única, porém bela, bunda de fora. Falei mais de religião do que gostaria, e deveria ter explicado meu sindicato ao héteros melhor do que expliquei. Falei de balada, lógico, adoro me jogar nela, e não acho que tenha sido um moralista sem razão ao recomendar ao povo que se cuide mais, beba e se drogue menos. Não sou hipócrita, confessei meus problemas com o álcool, mostrei quem já se arrebentou com droga, e também mostrei quem pensa como eu a respeito. Meu post favorito ainda é o Gaydar, o mais otimista foi o Nova era ou fim do mundo, os mais lidos foram aqueles em que eu critiquei o Nelsinho Piquet e em que falei do Gays em Campo, e o texto mais elogiado foi o perfil de André Almada e o fenômeno The Week.
Há um ano, portugueses, argentinos e mexicanos da Cidade do México nem sonhavam em se casar – e agora se casam legalmente, me enchendo de esperança – e de uma certa inveja, confesso. Os tribunais brasileiros avançaram em nosso favor, decidindo que gays podem adotar crianças e receber benefícios previdenciários deixados por seus companheiros, e o Supremo Tribunal Federal já está terminando de julgar uma ação em que vários ministros já votaram pela constitucionalidade do casamento homossexual. Vejam vocês que meu otimismo não é sem razão. Continuo absolutamente convicto de que eu ainda me casarei com outro homem aqui no Brasil mesmo, e no cartório, casamento civil, pois acredito que conseguiremos derrubar as barreiras que ainda nos tratam desigualmente. Pode demorar um pouco, mas vai acontecer, podem escrever – eu escrevo!
Pena que, para atrapalhar um pouco minha festa de hoje, um tribunal californiano suspendeu ontem os efeitos da bela sentença que declarou inconstitucional a Proposition 8, liberando o casamento gay naquele estado. Não é uma catástrofe, pois o mesmo tribunal reconheceu que o caso deve ter absoluta prioridade face aos demais, e obrigou aqueles que são contra o casamento gay a provarem que têm legitimidade para contestar a sentença suspensa, pois, em tese, só quem poderia fazer isso seria o governador da Califórnia ou o Advogado Geral daquele estado, e ambos se declararam a favor da sentença. Se o tribunal achar que as entidades privadas não podem apelar, a sentença vai se tornar definitiva, e tudo isso vai acontecer rapidamente, em um prazo de 30 a 90 dias, o que é bem rápido. Vejam como eu tenho razões, como todos nós temos razões, para sermos, sempre, otimistas. Obrigado a todos vocês que me leem pelo carinho de todos os dias. Forte abraço do Lourenço Cavalcanti.
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