Queridos, antes de qualquer coisa, preciso agradecer a contribuição de meu querido Neto Lucon, jornalista bárbaro do Mix Brasil, que, nos comentários ao post de ontem, mostrou-me que o surgimento do casal gay na novela Ti Ti Ti é uma conquista, apesar de um deles ter morrido num desastre de carro. Na versão original da novela, o casal era heterossexual, e os dois morriam. Nesta, o casal é gay, e um sobrevive! Se a autora trouxe o tema para os dias de hoje, deve ter boas ideias na cabeça. Como diz meu amigo, temos razões para comemorar, e não para reclamar. No seriado Na Forma da Lei vai entrar em cena ninguém menos que Maurício Mattar, um dos homens mais lindos que já passou pela televisão brasileira, e será um policial gay, aparentemente com uma vida dupla daquelas. Assisti somente a um capítulo deste seriado, que tentou seguir o formato americano, mas errou na mira, é um folhetim mexicano de quinta, nem Márcio Garcia de sunga consegue salvar a cena. Quem sabe um homão como Mattar, com seu passado, e sua testosterona quarentona, fazendo um belo personagem gay, consegue melhorar o nível? Na minissérie Cinquentinha, um lindíssimo Pierre Baitteli fez um bom vilão gay, mas não marcou época.
Mudando do Rio de Janeiro para Hollywood, e de terceira categoria para um clássico, respondo a um leitor que pediu a dica de um filme imperdível. Fácil: Júlio César, de Shakespeare, com ninguém menos que Marlon Brando, John Gieldgud, James Mason e Deborah Kerr. O filme é de 1953, Brando estava no auge, vive Marco Antônio, que as boas e más línguas confirmam ter sido amante de César, e surge logo no início vestindo apenas um saiote e sandálias, corpão de Barbie, lindo, testosterona saindo pelos ouvidos. Mason e Gielgud estão excelentes como Brutus e Cássio, a trama dos conspiradores para assassinar o imperador romano é de lascar, mas, a partir do assassinato, a reação de Marco Antônio toma o filme. Brando arrasa, não sobra para ninguém! Em um único discurso, que faz aos cidadãos de Roma ao lado do cadáver do imperador, prova que já era, em 1953, um dos maiores atores do planeta. Shakespeare escreveu o texto em 1599, e ainda é atualíssimo, perfeito, e, adicionando-se Marlon Brando, que inventou o homem do século XX, ficou arrasador. Aí vai a dica. E nós perdendo tempo com novelas. Abraços do Cavalcanti.
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